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Justiça decide manter Ronaldinho preso preventivamente no Paraguai

Ao lado do promotor, Amarilla explicou que decidiu manter a medida cautelar de prisão de Ronaldinho e Assis em concordância com o Ministério Público.

O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto, mais conhecido como Assis, seguirão presos preventivamente no Paraguai, após decisão tomada pelo juiz Gustavo Amarrilla, nesta terça-feira (10), em Assunção.

“O juiz negou o pedido da defesa, que pediu liberdade provisória ou prisão domiciliar” para Ronaldinho, anunciou o promotor Osmar Legal em declarações aos jornalistas.

Ao lado do promotor, Amarilla explicou que decidiu manter a medida cautelar de prisão de Ronaldinho e Assis em concordância com o Ministério Público.

De acordo com o juiz, a magnitude do caso e o surgimento de novas evidências, além do envolvimento de funcionários públicos e empresários que viabilizaram a chegada de Ronaldinho ao Paraguai, requerem a presença do jogador em Assunção para que não se permita qualquer “obstrução da investigação”.

“Reconheço que pode merecer uma medida menos dura. Mas é minha responsabilidade não entorpecer a investigação do Ministério Público. Isso aconteceria com um fuga”, afirmou Amarrilla.

Legal explicou que é contrário à prisão domiciliar por considerar “ínfima” a fiança proposta pela defesa de Ronaldinho no valor de 800.000 dólares.

“Não é suficiente o valor oferecido para os dois acusados. O valor é ínfimo em relação à solvência econômica de um dos acusado”, declarou o magistrado.

Ronaldinho e o irmão estão presos desde sexta-feira (6) no quartel do Grupamento Especializado da Polícia paraguaia.

Ambos chegaram ao Paraguai oriundos do Brasil na quarta-feira (4) para participar de eventos em prol de uma fundação de apoio a crianças indígenas. Ronaldinho também participaria da inauguração de um cassino.

Por envolvimento no caso, também estão presos um empresário brasileiro, dois funcionários da Imigração e duas mulheres com nacionalidade paraguaia. Um pedido foi oficializado pela captura da presidente da fundação Fraternidad Angelical, Dalia López.

Amarrilla afirmou ter acatado o pedido do Ministério Público para evitar que a ausência de Ronaldinho obstrua uma investigação que aponta para delitos de associação com o crime e lavagem de dinheiro.

“Há diversas diligências que precisam ser tomadas com a presença de ambos”, disse o juiz na coletiva de imprensa.

Outros crimes

O próximo passo, segundo o juiz, é periciar os celulares de Ronaldinho e Assis “e descobrir a verdadeira intenção da presença” dos dois irmãos no Paraguai.

Amarrilla afirmou que é possível confirmar a versão da defesa de que o ex-jogador apresentou documentos falsos sem ter pleno conhecimento do que fazia, mas que “pode haver outras coisas, como associação com o crime, lavagem de dinheiro na criação de empresas. É isso que me chama a atenção e por isso mantenho a medida cautelar (da prisão preventiva)”, explicou.

O juiz lembrou também que a denúncia começou com os documentos falsos, “mas olhem o que está aparecendo à medida que as investigações avançam”.

“Pode ser que isso termine como um caso de simples uso (de documento falso) e que seja um uso culposo, porque dizem que (os documentos) lhes foram presenteados, mas há milhares de hipóteses”, concluiu o magistado.

Fonte: UOL
Créditos: UOL