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Fla tem propostas de idas e vindas, e Lomba fala em "coragem para mudanças"

Dezesseis horas depois do vice-campeonato da Copa Sul-Americana, após empate por 1 a 1 num Maracanã lotado – de gente e de problemas -, o vice-presidente de futebol do Flamengo, Ricardo Lomba, afalou sobre o fim de temporada e do que está por vir em 2018.

Com a preocupação de não abrir muito o jogo sobre as medidas do departamento de futebol, Lomba deixou nas entrelinhas que vai tomar medidas para evitar a repetição das frustrações deste ano. Ele admitiu que existe a pressão para trocas no departamento, assim como outros pitacos em relação a saídas e contratações de jogadores.

– Prefiro errar pela minha cabeça. E quando acertar, também. Converso com todos, ouço bastante, mas, enquanto estiver à frente, vou tirar as minhas conclusões para fazer a minha função. Mudanças sempre vêm quando vira um ano, acontecem. Mas não sou adepto de terra arrasada. Temos que ter coragem de fazer as mudanças necessárias. Não tem de ter medo de fazer isso, de enfrentar o problema e trocar. Mas com cautela – afirmou o vice de futebol do Flamengo.

O Flamengo vai ao mercado para contratar atacantes – de lado de campo e centroavante, a prioridade em meio ao imbróglio jurídico de Guerrero, suspenso até novembro – e também deve perder alguns atletas. Everton é um dos cotados para sair.

– Existem propostas de saídas e chegadas. Não sei se do Everton especificamente. Estamos avaliando. O mercado começa a se aquecer agora. Mas vejo que temos elenco bom, um time qualificado. Precisamos ter critério e fazer alterações pontuais. Nada de coisas radicais – disse Lomba.

Há reuniões programadas para os próximos dias com a diretoria, com Rueda e outros membros do departamento de futebol. O vice de futebol voltou a garantir a permanência de Rodrigo Caetano na direção do departamento de futebol, em entrevista à Rádio Globo. O dirigente recebe críticas internas e de torcedores, nas redes sociais, mas conta com respaldo de Bandeira, de Fred Luz e Lomba.

Por ora, no entanto, há outros pontos de interrogação. O gerente de futebol Mozer continua? Rejeitado pela torcida, que fez até campanha pela sua saída do Flamengo, o preparador de goleiros Victor Hugo também? O chefe do departamento de psicologia Fernando Gonçalves permanece? São respostas que virão nos próximos dias.

“50% do objetivo foi alcançado”

No Flamengo há dois meses, Lomba não se permite fazer análise maior da temporada, pois não estava dentro. Mas fala em frustração pela perda da Sul-Americana e pelo fim irregular no Brasileiro, em que a classificação direta para a fase de grupos só veio graças a uma virada improvável nos acréscimos sobre o Vitória em Salvador.

– 50% do objetivo foi alcançado, que era, um deles, classificar direto para a Libertadores. Mas, claro, pensava em conseguir esse objetivo de maneira mais fácil. A Sul-Americana foi frustrante. Acho que fizemos bom jogo na Argentina e em algum momentos até nos impusemos bem. Ontem (quarta) achei o time menos contundente, aceitando mais o resultado, nos perdendo um pouco. Com jogadores que não foram tão brilhantes como podem ser.

Tinha tudo para ser uma festa e acabou sendo noite trágica dentro e fora do estádio. Ficou um gosto amargo – lamentou.

De ponto positivo, o vice de futebol do Flamengo viu a ascensão de jogadores criados na base. Paquetá fez ótima partida contra o Independiente no Maracanã. Internanente, esperava-se muito do meia desde o início do ano, mas com a chegada de muitos reforços para o setor ofensivo – Éverton Ribeiro, Berrío, Conca, Geuvânio – ele só teve chances na reta final da temporada.

Base “pedindo passagem”

Lomba vê Paquetá e o aproveitamento de jogadores da base – no fim da partida, além de Juan, havia César, Paquetá, Vinicius, Vizeu e Lincoln, que entrou na vaga de Paquetá – como ponto positivo deste fim de ano de decepções.

– É um resgaste da característica do Flamengo de fazer craque em casa. Quero enaltecer o Paquetá. Teve atuaçã muito boa. César também fez duas defesas bem dificeis. Isso nos dá força para o ano que vem. Claro que no Flamengo tem que ter título. Chegamos na final da Copa do Brasil e da Sul-Americana, mas perdemos. Não dá para esquecer que perdemos. Não basta chegar na final.

Questionado se a ascensão de alguns jogadores da base poderiam modificar a política de contratações, com altos investimentos e retornos, pelo menos até agora, questionáveis de atletas como Éverton Ribeiro, Rômulo, Geuvânio, entre outros, Lomba se esquivou.

– Ainda é um momento de cabeça quente, de ressaca do jogo de ontem, seria precipitado fazer análise desses. Ficar querendo buscar culpados, soluções mirabolantes. Se a prata da casa está dando conta, significa que a base está fazendo bom trabalho. Como consequência, se a base está sendo bem aproveitada significa fazer menos investimentos e contratações. Mas as contratações sempre vão existir, por que não dá para subir a base toda. Mas alguns jogadores da base estão pedindo passagem. Isso será levado em consideração.

Fonte: Globo Esporte
Créditos: Globoesporte