GIRL POWER

Conheça as mulheres que marcaram o esporte brasileiro em 2016

Agatha e Bárbara
2016 foi um ano tão fora da curva que foi capaz de colocar uma dupla brasileira do Vôlei de Praia fora das favoritas à medalha nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Mas Ágatha e Bárbara não deram a mínima. Quem as viu em ação em inesquecíveis noites na Arena de Copacabana teve a prova de que é na quadra que as coisas se resolvem.

Como esquecer a imagem de uma tricampeã olímpica na modalidade, Kerri Walsh, sucubindo à força física e mental destas duas meninas e perdendo uma invencibilidade de 26 partidas? Como esquecer a vibração de ambas a cada ponto conquistado, fosse ele o primeiro ou o último de cada partida?

Ágatha e Bárbara mostraram que quando o assunto é Vôlei e o cenário é a praia – verdadeira como a de Copacabana ou produzida como tantas outras mundo afora – poucas pessoas conhecem tanto como as brasileiras. E os caminhos quase sempre acabam levando a um único destino: o pódio. Foi lá que Ágatha e Bárbara terminaram os Jogos Olímpicos Rio 2016, de medalha no peito. Pena de quem duvidou.

Formiga
Se tem uma coisa que todas nós sabemos é que o tempo é implacável. Mas este senhor, o tempo, respeita quem o desafia. E ele, o tempo, se curvou diante desta baiana boa de bola quando ela entrou em campo vestindo a camisa 8 na primeira partida da Seleção Brasileira de futebol nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Uma, duas, três, quatro, cinco, seis Olimpíadas. Desde que o futebol feminino virou esporte olímpico, Formiga esteve no gramado. Nenhum atleta do Brasil, homem ou mulher, viveu tantas vezes esta maravilha chamada sonho olímpico.

A pira se apagou. Formiga, não. A craque continuou fazendo o que sabe de melhor: jogar futebol e desafiar o tempo. Se a medalha que não veio no Rio em agosto, ela foi buscar no Torneio de Manaus em dezembro. Conseguiu a mais cobiçada delas. O tempo, incrédulo, a aplaudiu. Àquela altura ele já estava se convencendo de que pará-la seria impossível. Formiga, generosa, fez a gentileza de não mais desafiá-lo.

Ao menos por enquanto.

Flávia Saraiva
É possível ser gigante com menos de um metro e quarenta de altura? Flávia Saraiva mostrou em 2016 que sim. Seja competindo no seu esporte, a Ginástica Artística, seja fora do ginásio, vestindo roupas bem mais confortáveis do que os apertados maiôs.

Entre cada espetáculo que essa pequena gigante proporcionou na Arena da Barra, ela provou que se treinamento e talento são importantes, carisma é fundamental. Cada salto, cada movimento que desafiava as mais rígidas leis da física pouco valem para a memória se quem os executa não tem carisma.

E isso a nossa menina voadora tem de sobra. É impossível não se encantar com seu sorriso. Até a gravidade não resistiu a ele e permitiu-lhe voar e ultrapassar os limites da imaginação de todos aqueles que amam o esporte.

Mayra Aguiar
Quando Mayra Aguiar pega sua faixa preta e se prepara para amarrar seu quimono, o mundo treme. As adversárias, idem. Que o diga quem cruzou seu caminho no tatame do Judô nos Jogos Olímpicos de 2016.

Há quem lamente que o tão aguardado duelo com sua grande rival Kayla Harrison só aconteceu nos devaneios olímpicos dos fãs de esporte. Mayra, que vinha de um ciclo olímpico com medalhas nos mais importantes torneios do planeta, perdeu a semifinal. Kayla, sem uma adversária à altura na finalíssima, ficou com a medalha de ouro.

Frustração? Que nada. Assim como em Londres quatro anos antes, Mayra não se fez de rogada e brilhou no pódio mais uma vez. A medalha de bronze que brilhou no seu peito escreveu mais uma bela página no esporte brasileiro.

Pelo menos até Tóquio-2020 – onde ela certamente estará – Mayra Aguiar é a única mulher brasileira que saboreou por duas vezes o doce gosto de ganhar duas medalhas olímpicas em um esporte individual.

Rafaela Silva
Rafaela sempre foi brigona. Daquela que nunca leva desaforo para casa. Quando pequena, jogava futebol e nunca teve medo de encarar as divididas com os meninos da Cidade de Deus. Seus pais pensavam diferente, e para convencê-la a sair do campinho a matricularam nas aulas de Judô do Instituto Reação, do Flávio Canto.

Sábia ideia. Rafaela tomou gosto e canalizou de vez sua raiva para o esporte. Em 2011, abocanhou uma medalha de prata no Mundial em Paris e outra nos Jogos Pan-Americanos em Guadalajara. Foi aos Jogos Olímpicos de Londres no ano seguinte e ia bem até aplicar um golpe ilegal e ser desclassificada. Xingada, insultada, humilhada, denegrida por gente covarde e preconceituosa. Caiu o mundo de Rafaela, que caiu em depressão.

Mas nada como a volta por cima. Já em 2013, foi campeã mundial no seu amado Rio de Janeiro. Era só o começo. Mais ippons e medalhas vieram até os Jogos Olímpicos de 2016. Na Cidade Maravilhosa, a hora da redenção. Ninguém seria capaz de parar Rafaela na sua busca pelo alto do pódio. Ninguém conseguiu pará-la. Desta vez, não teve desaforo para levar para casa. Teve uma medalha de ouro, isso sim.

Fonte: espnW