“Cartas para Inter”

Adriano relembra infância difícil na favela, receio pelo apelido Imperador e morte do pai: “Vazio irreparável”

Embora tenha colecionado muitas polêmicas ao longo da carreira, Adriano é querido por onde passou. Que o diga a Inter de Milão. Nesta segunda-feira, o Imperador foi o personagem da sessão “Cartas para Inter”, na qual ídolos do clube (Zanetti, por exemplo, foi um dos que participaram) falam, em primeira pessoa, sobre vida pessoal, carreira e o carinho pela equipe nerazzurra.

Adriano, que fez 74 gols em 177 partidas pela Inter de Milão (por sinal, você pode conferir todos eles em um vídeo mais abaixo), começou escrevendo sobre a infância, quando era chamado não como Imperador ou Didico, mas sim como Pipoca (“comi tanto que virou meu apelido”, diz).

Falando no apelido Imperador, ele não foi bem recebido pelo ex-jogador do Flamengo no começo.

“No começo, não achei que eles gostassem de mim quando me chamaram assim. E foi bom descobrir gradualmente o carinho dos fãs da Inter por mim. Sempre me senti em casa em Milão: meu amor pela Inter é para sempre. A Inter é uma grande parte de mim, está entrelaçada com a minha vida, iluminando os momentos mais bonitos e me acompanhando pelos mais tristes e difíceis.”

E sobre esses momentos tristes e difíceis, Adriano abriu o coração especificamente sobre um: a morte do pai, em agosto de 2004, e como isso o abalou intensamente.

“Eu estava no ônibus com meus colegas de equipe e meu celular tocou: ” Almir está morto”. Eu pensei que era um pesadelo. Eu esperava que fosse. Não posso descrever meu desespero naquele momento. Nunca senti uma dor tão insuportável na minha vida. Tudo o que senti foi uma angústia sufocante. Só eu sei o quanto sofri. A morte do meu pai deixou um vazio irreparável na minha vida”, admite o ex-atacante do Flamengo, revelando que o apoio de companheiros como Zanetti o ajudou a suportar a dor por um momento.

Na carta, Adriano também falou sobre a infância difícil na Vila Cruzeiro.

“Quando você nasce e cresce em uma favela, é difícil imaginar um futuro diferente e brilhante. Também é difícil sonhar. Minha mãe, pai e meus avós, no entanto, sempre me mostraram o lado positivo das coisas. Eles fizeram a diferença na minha vida: eles me permitiram focar no futebol”, escreveu Adriano.

Fonte: Globo Esporte
Créditos: Polêmica Paraíba