contagem regressiva

A dois anos dos Jogos de Tóquio, COB não faz projeção de medalhas

Este ano o Brasil volta ao Japão com o vôlei feminino (Mundial), natação e maratona aquática (Pan-Pacífico), e a vela

 

Esta terça-feira, dia 24 de julho, marca a metade do ciclo olímpico de Tóquio-2020. Faltando dois anos para o evento e após a realização dos Jogos do Rio, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) entra em contagem regressiva e, além de investir em aclimatação, disputa de eventos teste e outras competições em solo japonês nos próximos anos, a entidade buscará novos parceiros com projeto de marketing e, em 2020, dará atenção especial para a comida durante a Olimpíada. Essa será a primeira vez que o COB terá um restaurante próprio, com cheffs japoneses, orientados por um cheff brasileiro residente no país, para cozinhar para os atletas. Esse local, fora da Vila, estará a 11 minutos à pé.

Neste momento, apenas a seleção de futebol feminino tem vaga garantida dos Jogos. E assim, o COB, que invete este ano R$ 153 milhões na preparação, evitou falar em meta de medalhas. A entidade prevê aumento neste orçamento nos dois anos que faltam mas calcula que o investimento total no ciclo será menor em relação a Rio-2016

 

– Vou deixar para a minha área técnica opinar. E quando eles falarem eu vou cobrar –, desconversou o presidente do COB Paulo Wanderley.

Jorge Bichara, diretor executivo de Esportes do COB, afirmou que só após a realização dos mundiais, ao final de 2019, será possível fazer esta projeção.

Mas afirmou que o COB trabalha para manter mais de dez modalidades medalhistas em Tóquio (no Rio foram 12).

– Só vamos discutir esta questão de metas após os mundiais. É um desafio enorme ter melhores resultados na olimpíada seguinte para o país sede. Tão enorme que só a Grã Bretanha conseguiu. Mas, trabalhamos sempre para estar melhores e não conheço nenhum outro caminho diferente deste — declarou Bichara, que disse que o COB terá oito bases em Tóquio: Ota, Saitama, Sagamihara, Hamamatsu, Enoshima, Chiba, Koto e Cho (onde terá o restaurante e espaço para os familiares dos atletas e para a imprensa).

Segundo dados oficiais do comitê organizador, a Olimpíada terá 33 esportes, 50 modalidades, 206 países e estimativa de 11.090 atletas. O Brasil calcula que terá cerca de 250 atletas (em 2016 teve 465).

De acordo com dados levantados por Bichara, que relacionam resultados dos atletas brasileiros em comparação com os estrangeiros, o Brasil tem hoje 21 medalhas ou posições entre os três melhores do ranking mundial (referência 2017). No ciclo anterior, o número do ano correspondente, ou seja, 2013, foi melhor: 27. Até agora, em 2018, são 30 brasileiros no pódio ou entre os três primeiros do ranking mundial (em 2014, foram 24).

Bichara comentou ainda que os esportes carro chefe continuam sendo o judô (um ouro e dois bronzes em 2016), e o vôlei (dois ouros e uma prata, incluindo o vôlei de praia).

– Mas não existe medalha certa. Existe trabalho e processo de renovação.

Este ano o Brasil volta ao Japão com o vôlei feminino (Mundial), natação e maratona aquática (Pan-Pacífico), e a vela (Copa do Mundo). O handebol masculino e o judô já competiram este ano no país e utilizaram as bases do COB. Em 2019, acontecerão todos os eventos testes ao ar livre e o Brasil terá atletas na maioria deles.

ARROZ E FEIJÃO

Segundo Gustavo Harada, gerente de Operações Internacionais do COB, a questão da comida brasileira foi uma reivindicação dos atletas e treinadores apontada em pesquisa. Eles ouviram 10 atletas e 10 treinadores sobre erros e acertos dos Jogos em casa e a comida foi apontada como uma preocupação.

– Sabemos que existem requisitos internacionais para o cardápio da Vila, que respeita as diferentes culturas e religiões e que contemplem todos os continentes, mas arroz e feijão é difícil ter — diz Harada. — Os pequenos detalhes fazem a diferença e faremos este investimento. Eles poderão comer no nossa base, muito perto da Vila. Essa será uma novidade.

Fonte: Extra
Créditos: Extra