Zika vírus está presente em 21 estados brasileiros

Dados são da secretaria de Saúde do DF

mosquitoA Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou nesta sexta-feira a circulação do vírus zika no DF. Com isso, há pelo menos 21 unidades da federação com transmissão autóctone, ou seja, em que a doença é transmitida dentro do próprio estado, e não trazida por alguém que se contaminou em outro local.

Trata-se de uma mulher grávida de 29 anos, moradora do Plano Piloto, região central de Brasília. A Secretaria de Saúde do DF informou que outra grávida, de 36 anos, também está com zika, mas acredita que ela tenha sido contaminada em Goiás. Ambas foram contaminadas no fim de dezembro ou início de janeiro. Apesar da ligação entre o vírus e a microcefalia, uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor do que o tamanho normal, a Secretaria de Saúde afirmou que o feto da grávida de 29 anos é saudável.

– É claro que se tem uma preocupação. No entanto, durante a investigação, já percebemos numa delas, que inclusive é essa do DF, que tem a autoctonia, o bebê não tem microcefalia. Já foi feito o exame que garantiu a saúde do bebê – disse o subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Tiago Coelho.

A epidemia de microcefalia relacionada ao vírus atinge principalmente estados do Nordeste. A malformação faz com que 90% dos bebês venham a desenvolver retardo mental. O vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da febre chikungunya.

Em 2015, houve dois casos de zika em Brasília, mas ambos foram contraídos no Nordeste.Segundo o Ministério da Saúde, o vírus tem relação com a epidemia de microcefalia, que atinge principalmente estados do Nordeste. A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor do que o tamanho normal e, em 90% das vezes, está associada a retardo mental. O vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da febre chikungunya. Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na terça-feira e com dados de 2015 e dos dois primeiros dias de 2016, o DF registrou dois casos suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus zika. Mas ainda não havia sido atestada a circulação do vírus.

No Brasil inteiro, segundo o boletim, houve 3.174 suspeitas. Em todo o ano de 2014, foram registrados 147 casos suspeitos de microcefalia. O balanço de terça-feira apontava a transmissão autóctone do vírus em 19 estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins.

Além deles, a Secretaria de Saúde de Goiás também confirmou a transmissão autóctone.Em Goiás, já foram registrados quatro casos de zika, dois deles em Goiânia e dois em Santo Antônio do Descoberto, cidade no Entorno de Brasília. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, um dos casos de Goiânia e outro de Santo Antônio do Descoberto são de pessoas que não deixaram Goiás.

Além do DF e Goiás, estavam fora da lista apenas Acre, Amapá, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe. Isso não quer dizer necessariamente que o vírus não tenha circulado nesses lugares, apenas que não houve comprovação laboratorial.

Como o zika provoca sintomas parecidos com o de outras doenças, como a dengue e a febre chikungunya, e muitas vezes é assintomático (ou seja, sequer há sintomas), não é possível descartar esses estados com segurança.

Em dezembro, o Ministério da Saúde lançou o protocolo de vigilância e resposta aos casos de microcefalia relacionados ao zika. No documento, a pasta publicou a estimativa de pessoas que podem ter sido infectadas pelo vírus no Brasil: de 497.593, num cenário conservador, a 1.482.701, segundo cálculos mais pessimistas. Para chegar a esse número, foram considerados os casos descartados de dengue, além de estudos da literatura internacional.Os sintomas da febre zika são manchas vermelhas na pele, febre intermitente, conjuntivite, dores nas articulações, nos músculos e de cabeça.

O Globo