revelou medo

'Ódio gratuito', diz atleta vítima de transfobia em cerimônia militar

Foto: Reprodução

Considerada a primeira atleta trans fitness de renome do Brasil e cinco vezes campeã do prêmio musa fitness, Thaynna Dantas, de 33 anos, foi responsável por abrir portas do fisiculturismo para transexuais no país. Tamanho sucesso na modalidade exige dedicação especial com árduos treinos na academia, mas, no início do mês, a moradora de Natal (RN) chegou a ficar duas semanas sem malhar, evitando sair na rua, por medo. Tudo por causa dos ataques transfóbicos que sofreu após participar da formatura militar do seu noivo, Lucca Michelazzo, na Escola de Sargentos da Infantaria (ESA), em um caso noticiado pela Agência O Globo nesta terça .

Considerada a primeira atleta trans fitness de renome do Brasil e cinco vezes campeã do prêmio musa fitness, Thaynna Dantas, de 33 anos, foi responsável por abrir portas do fisiculturismo para transexuais no país. Tamanho sucesso na modalidade exige dedicação especial com árduos treinos na academia, mas, no início do mês, a moradora de Natal (RN) chegou a ficar duas semanas sem malhar, evitando sair na rua, por medo. Tudo por causa dos ataques transfóbicos que sofreu após participar da formatura militar do seu noivo, Lucca Michelazzo, na Escola de Sargentos da Infantaria (ESA), em um caso noticiado pela Agência O Globo nesta terça .

“Estou com medo de sair de casa e muito abalada, porque eu nunca tinha sofrido um ataque tão direto e com tanto ódio”, afirma Dantas, que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, no dia 10 de dezembro, após descobrir áudios agressivos, em que um homem lhe chama de “porra do traveco” e questiona a formação dos sargentos na ESA ao comentar uma foto da atleta entregando um quepe para o noivo, durante a formatura no início do mês.

“Foi um ódio gratuito, só porque ele viu uma trans entregando um quepe para o noivo. Pessoas trans já andam na rua olhando para os lados, para trás, com medo desde cedo. A gente percebe os olhares de longe. Agora estou receosa, tenho medo de ir à academia, do jeito que esse cara mandou o áudio não sei o que ele faria se me visse pessoalmente.”

Atualmente com 450 mil seguidores no Instagram – 20 mil a mais do que ostentava antes de denunciar os ataques – Dantas diz que vem recebendo bastante apoio de seu público. Inclusive, através de mensagens recebidas pela rede social, diz ter conseguido identificar o autor do áudio, que seria um sargento. Além do áudio, Thaynna Dantas registrou, na delegacia, que foram vazados nudes seus em grupos de whatsapp, acompanhados de prints e outros comentários transfóbicos. As ofensas se iniciaram em janeiro deste ano, mas ela preferiu aguardar a formatura do seu noivo antes de procurar a polícia, a fim de preservá-lo durante o curso na ESA. Após a cerimônia, os ataques se intensificaram.

“Meu noivo já chegou visado, porque sabiam que ele namorava uma trans. Imagina o que ele não passou dentro do Exército, mas preferiu nem me contar? Já escutei, pelo telefone, brincadeiras do tipo “tu gosta de traveco”. Meu noivo sabia que poderia acontecer isso, e eu dizia para termos muita cabeça. Na formatura, um dos sargentos disse que ele era o aluno que apresentou o melhor psicológico, por conseguir suportar tudo isso”, explicou.

Fonte: IG
Créditos: IG