Segurança Digital

O PERIGO OCULTO: Os aplicativos da 'moda' podem estar vendendo seus dados para outras empresas; entenda riscos

Nos últimos meses muitos usuários aderiram nas redes sociais a modas que viralizaram nas principais redes sociais da atualidade em que eles podiam modificar as imagens dos seus rostos para que pudessem se vislumbrar com características físicas diferentes.

Nos últimos meses muitos usuários aderiram nas redes sociais a modas que viralizaram nas principais redes sociais da atualidade em que eles podiam modificar as imagens dos seus rostos para que pudessem se vislumbrar com características físicas diferentes. Rostos de criança, rostos com características do sexo oposto e envelhecimento facial estão entre os usos destes aplicativos que fizeram maior sucesso em 2019. Mas muitos dos usuários que aderiram estas brincadeiras não atentaram-se para os riscos que o aplicativo FaceApp(aplicativo utilizado para estas brincadeiras) poderia trazer para a segurança dos seus dados pessoais.

Após o sucesso feito pelo aplicativo foi descoberto que os usuários que utilizavam o FaceApp estavam tendo seus dados fornecidos para a desenvolvedora russa Wireless Lab. Este fornecimento dos dados é consentido por parte dos usuários que clicam afirmando que concordam com todos os termos de uso do aplicativo ao o baixarem em sua loja de aplicativos no seu smartphone. Entre as informações dos usuários que são coletadas pelo aplicativo estão: cookies, pequenos arquivos instalados na máquina para identificar tendências e comportamentos online; identificadores de dispositivos, que permite saber qual é o tipo de aparelho usado pelo usuário; e metadados, que descrevem como e quando um usuário interage com determinado conteúdo,informações de log, incluindo as páginas de web que o usuário decide visitar, o endereço IP (que é uma espécie de CEP de cada máquina na internet), e o tipo específico de navegador de internet.

A Wireless Lab ainda buscou reforçar que não coleta intencionalmente os dados de indivíduos com menos de 13 anos de idade e que caso sejam coletadas informações referentes a qualquer pessoa que se enquadre nesta categoria as mesmas são eliminadas da base de dados da empresa.

No final da última quinta-feira(18) o Procon de São Paulo notificou o FaceApp e também a Google e a Apple(donas dos dois principais Sistemas Operacionais em que o aplicativo é utilizado), para que seja explicado como se dá o armazenamento e o uso dos dados dos usuários coletados. “A licença para uso do aplicativo contém uma cláusula que autoriza a empresa a coletar e compartilhar imagens e dados do consumidor, sem explicar de que forma, por quanto tempo e como serão usados. E ainda, essas permissões não estão disponíveis em língua portuguesa”, afirmou o Procon.

Além do Procon de São Paulo, o senador norte-americano Chuck Schumer pediu que o FBI e a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos investiguem os riscos à privacidade dos indivíduos. Segundo o senador o fato do aplicativo ter sido desenvolvido na Rússia também deveria despertar preocupação principalmente no que tange a área da segurança nacional.  Schumer afirmou ter: “sérias preocupações quanto à proteção dos dados que estão sendo agregados, bem como se os usuários estão cientes de quem pode ter acesso a eles”.

RELEMBRE O ESCÂNDALO DO FACEBOOK:

Em 2018  o Facebook, sofreu um grande abalo no seu valor de mercado quando descobriu-se que os dados de quase 50 milhões de usuários foram utilizados pela empresa Cambridge Analytica, sem que os indivíduos consentissem. O vazamento dos dados teria ocorrido através do acesso dos usuários a um aplicativo de teste psicológico criado pela empresa. Algo que destacou-se neste caso é que a empresa além de acessar as informações das pessoas que utilizaram o aplicativo a Cambridge Analytica também conseguia acesso as informações pessoais dos amigos destes usuários. Na época deste escândalo o criador do Facebook, Mark Zuckerberg teve que prestar um depoimento ao Congresso Norte-Americano para explicar a dimensão das informações que poderiam ter sido coletadas.

O Polêmica Paraíba entrevistou o comandante do Ciop da Região Metropolitana, Tenente Coronel Arnaldo Sobrinho. Ele, que é especialista em crimes digitais, falou sobre os perigos de utilizar estes aplicativos e do vazamento de dados pessoais. Assista a entrevista completa no vídeo abaixo:

https://youtu.be/vxcHOWC8sf0

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba