apimentando a relação

Influencers do swing: casal liberal fala dos prazeres e dá aulas para novatos

Para quem quer se aventurar no mundo do swing, mas está inseguro, o curso sobre o lifestyle é ideal para apimentar a relação. O casal celebridade “Marina e Marcio” é famoso na cena swinger de São Paulo e os dois são professores da vida liberal.

“MM” praticam troca de casais há dez anos e se tornaram conhecidos há seis, quando criaram um blog para contar suas aventuras eróticas. Assim, são cada vez mais procurados por gente interessada em seguir seus passos.

Em 2017, desenvolveram um curso completo, com material didático e até atividades escritas, para ajudar quem está perdido nas casas noturnas da capital paulista. Nos R$ 330 cobrados por casal, estão inclusos aula prática e teórica (história do swing, técnicas de approach, identidade do casal), ingressos para uma balada liberal e também coffee break.

As aulas são concorridas e a próxima turma já tem data marcada: em 7 de julho, no hotel Intercity Ibirapuera, será ministrada a parte teórica. À noite ocorrem as aulas práticas no “Hot Bar” – ambos locais em Moema, bairro na zona sul de São Paulo.

As turmas são variadas, com casais jovens, maduros, experientes, novatos, heterossexuais e homossexuais. E tem até diploma. “Se tem curso, tem certificado”, explica Marina à Marie Claire e brinca “Não que alguém vá pendurar na parede”.

Marina é alta, magra, loira, extrovertida e não tem medo de exibir o corpo com biquínis e calcinhas fio-dental. Marcio é um homem tranquilo, polido, de cabelos castanhos e muito bem cuidado, que, como a mulher, se sente confortável com o corpo. Um dos principais medos dos novatos é em relação à aparência e aos ciúmes. “Mas conforme as aulas vão acontecendo, os tabus vão sendo quebrados”, explica o casal MM.

Gabriel, 60, e Paula*, 39, fizeram o curso para tirar algumas dúvidas sobre a prática, afinal fazia pouco tempo que haviam ingressado no mundo liberal. “Tínhamos regras nossas. Se poderíamos fazer isso e não fazer aquilo… o curso foi uma oportunidade de esclarecer as coisas”, conta o casal.

Marina e Marcio explicam que nas casas de swing existem regras, etiquetas de convívio, e que, apesar de muita gente não acreditar, o ambiente é muito respeitoso.

O curso ajuda em pontos-chave para iniciantes, pois o universo liberal pode parecer um caos para quem vê de fora. Um casal pode se envolver com outro, com mais de um, só com um homem ou uma mulher. Se relacionar em um espaço privativo ou compartilhado e até optar por explorar uma cabine com glory hole (que possui um tipo de abertura na porta para o casal interagir com outros que estão fora do quarto).

Conhecer esses detalhes pode ajudar a perder o medo de ir pela primeira vez em uma casa de swing. Além do que, é importante saber como explicar para os pretendentes o que o casal está buscando experimentar.

E não tem grilo. Casais liberais estão acostumados com as expectativas dos outros e também com os limites. É só conversar tomando uns drinks e resolver abertamente. Mas nem todo mundo sabe disso, então o curso explica didaticamente como se soltar e resolver os entraves.

Prática

Após se enturmar com outros “estudantes” e dominar o swing na teoria, à noite é hora de colocar os conhecimentos em prática. Breno, de 25 anos, e Luisa*, de 26, são recém-casados e também estavam praticando a arte do swing há pouco tempo, com uma certa dificuldade na hora do “vamos ver” com outros casais.

Após o curso liberal, porém, ficaram craques na arte da sedução em dupla. “São várias coisas que parecem bobas, mas são muito importantes nas interações”, explicam eles, que são conhecidos como “Casal Metal”, pelo visual metaleiro com tatuagens e cabelos coloridos.

Francisco e Vanessa*, ambos com 39 anos, descobriram o curso em 2017 e participaram da primeira turma. Casados há 18 anos, eram swingers apenas há seis meses. “Mudou muito nossa cabeça”, diz o casal. Ao serem questionados sobre rolar um flerteentre os alunos, eles responderam entre risadas que “rolou tudo que se pode pensar, mas vamos deixar para a imaginação”.

Vale lembrar o que Marina e Marcio sempre dizem: “No swing tudo é permitido, mas nada é obrigatório.” Como é ensinado por eles, há uma etiqueta de respeito na cena liberal. Aqueles que preferem só observar, podem ficar tranquilos e participar da ação só quando estiverem confortáveis.

*Os nomes foram mudados para preservar a imagem dos entrevistados

Fonte: Marie Claire
Créditos: Marie Claire