#GQporElas

'A felicidade é a beleza mais marcante de qualquer pessoa', diz Pathy DeJesus

Em alta, atriz fala sobre a autoestima, relação com a arte e empoderamento feminino

Você verá muitas vezes Pathy DeJesus neste ano. Depois de posar nua para a Playboy e ser embaixadora do Carnaval Paulistano, a atriz, que participou esta semana do almoço em comemoração à #GQporElas, deverá tomar conta da TV fechada. A sua primeira aparição foi num episódio na série Desnude, do GNT, mostrando a sensualidade por um olhar feminino.

Nos próximos meses, ela ainda será uma stripper em  Rua Augusta, do TNT, uma vítima de assassinato em Rotas do Ódio, da Universal Channel. “Como atriz, me sinto extremamente feliz em poder trazer um pouco de empoderamento feminino para a arte”, disse em entrevista à GQ.

Sobre ser uma referência de beleza no Brasil, ela agradece os elogios, mas vai além no conceito: “Gosto de reiterar que beleza está além do físico. O importante é levar a vida com leveza e se amar, independentemente de qualquer coisa. A felicidade é a beleza mais marcante de qualquer pessoa”, disse. Confira o papo na íntegra.

Pathy, você é certamente uma das maiores referências do Brasil quando falamos de beleza feminina (tendo inclusive sendo eleita como tal pelos nossos irmãos da GQ South Africa, em 2004). Como isso mexe com a sua autoestima? Você sente que serve de inspiração para outras meninas negras?

É claro que receber elogios mexe com a nossa autoestima. Me sinto muito honrada em ser considerada uma mulher bonita, mas gosto de reiterar que beleza está além do físico. O importante é levar a vida com leveza e se amar independente de qualquer coisa. Acredito que a felicidade é a beleza mais marcante de qualquer pessoa. Acho que é muito importante termos uma maior representatividade. Se existem meninas negras que se inspiram em mim, já me sinto muito feliz. É muito importante que as crianças tenham mais referências no cotidiano.

Na série Rua Augusta, você interpretará uma stripper. A sua personagem em Desnude também terá um lado mais sensual (corrija-nos se estivermos enganados). Como é interpretar esse tipo de personagem para você? Existe algum cuidado especial?

Apesar de ser um trabalho difícil, é muito prazeroso interpretar personagens tão únicos e tão fortes. Como atriz, me sinto extremamente feliz em poder trazer um pouco de empoderamento feminino para a arte.  Acredito que os cuidados com esses papéis são como os outros, buscando construir personagens mais reais possíveis e sem preconceitos.

Em muitas manchetes na internet, percebemos o destaque para a sua idade. Chega a te incomodar que as pessoas se surpreendam com uma pessoa apresente boa forma, na casa dos 40 anos?

Não me incomodo com a minha idade. Gralmente, isso é uma questão que surge dos outros. Inclusive, não entendo o motivo para tanto tabu em relação ao assunto. Prefiro falar sobre o caminho que trilhei para chegar até aqui. É claro que cuido do meu corpo, porém, é muito mais para ter uma qualidade de vida do que por motivos de beleza.  Pra mim, ter uma boa forma é estar bem com a gente mesmo e se sentir leve.

Você também se destacou trabalhando no Vídeo Show, assim como outros atores. Entre os trabalhos de modelo, apresentadora e atriz, qual você acredita que domina melhor?

Não tenho trabalhado como modelo há 10 anos, apesar de já ter trabalhado em muitas áreas da arte e sou uma mulher que busca sempre estar em contato com esse universo.  Gosto de dar o meu melhor naquilo que me proponho a fazer. Neste momento, tenho me dedicado mais à atuação e ao meu trabalho como DJ. Mas sigo confiante de que estarei feliz desde que esteja em contato com a arte.

Neste mês de março, a nossa revista foi editada e produzida exclusivamente por mulheres. Aproveitando a “ocupação feminista”, o que você diria para os homens em tempos de empoderamento feminino? O que devemos melhorar?

Gostaria de reforçar a necessidade de conseguirmos uma maior igualdade na sociedade. Essa é uma luta que devemos batalhar juntos, para que possamos de fato acabar com todo o machismo e o preconceito. Reconhecer nossa luta é de extrema importância para que o nosso movimento ganhe força. Acredito que, juntos, podemos evoluir para  termos uma cultura onde prevaleça a igualdade e o respeito.

Fonte: Revista GQ
Créditos: Revista GQ