Dunga não comenta possível substituição em janeiro de 2016

O técnico da seleção brasileira Dunga não quis comentar, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), a possibilidade de deixar o cargo para que Tite, atual treinador do Corinthians, assuma o posto a partir de janeiro de 2016. A informação foi dada no fim de semana pelo canal de TV por assinaturaSporTV e causou um entrevero entre Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as Organizações Globo.

“Especulação. Especulação não tem o que se falar. A seleção vai ter sempre a cobrança, essa forma de se falar, precisa ter assunto. E é normal. Iniciamos um trabalho na seleção e é difícil para todo mundo”, analisou o comandante.

Ele aproveitou para criticar a insistência da imprensa e de torcida por cobrança de resultados rápidos, apesar do pouco tempo de trabalho.

“Trabalho em longo prazo e em dois jogos querem que já resolva todos os problemas anteriores. Ninguém é mágico. Precisa ter tranquilidade, ter pressão, ter trabalho. Os jogadores chegaram na segunda, treinaram na terça, treinamos na quarta e vamos ter de jogar. As dificuldades aumentaram bastante”, afirmou.

No último fim de semana, o comentarista do Sportv Raul Quadros disse ter a informação de que Dunga está com o cargo em risco e, em caso de resultados negativos nesta rodada das eliminatórias, será substituído por Tite. A notícia teria feito com que a CBF vetasse a presença do ex-jogador Careca, auxiliar pontual de Dunga para os próximos jogos das eliminatórias, na edição do programa Bem, Amigos que ocorrerá na próxima semana, em Salvador.

Atitude que desagradou o apresentador Galvão Bueno, que fez um editorial no programa da última segunda-feira. “Acho uma coisa tão pequena, tão profundamente lamentável, de uma pequenez que não dá para entender. Só um recado: jornalista jamais revela a sua fonte. E não há nada mais feio do que um profissional do futebol pressionar a direção de uma casa para que o jornalista revele sua fonte”, reclamou o apresentador. Após a polêmica, a participação de Careca acabou liberada pelo coordenador Gilmar Rinaldi.

O próprio Galvão Bueno esteve presente na entrevista coletiva do técnico Dunga nesta quarta-feira. O narrador, porém, não citou a polêmica do início da semana e limitou-se a perguntar sobre o “clima de guerra” nos clássicos entre Brasil e Argentina.

“Precisamos estar concentrados, jogar. Eles (argentinos) passam por momento delicado. O futebol tem evoluído muito bem”, respondeu Dunga. “Antes era guerra; agora é profissional, competitivo, tem um respeito mútuo. Tem o relacionamento dos clubes que os jogadores levam para os jogos. Agora vamos jogar firme, vamos jogar duro. Assim como nós também queremos ganhar da Argentina. É a segunda partida deles em casa, e precisamos estar preparados. Não vai ser fácil, como nenhum jogo das Eliminatórias”.

UOL