DENÚNCIA

Alunas de escola da rede pública denunciam assédio sexual

Segundo os relatos, as situações foram protagonizadas por cerca de 15 professores diferentes do quadro funcional da escola

A Secretaria de Educação abriu sindicância para apurar denúncia de assédio sexual e moral no Centro Educacional (CED) 6 do Gama. Entre os dias 25 e 30 de setembro, uma assistente social que atendia na unidade da rede pública de ensino do DF recebeu denúncia de pelo menos 30 casos envolvendo alunas com idade entre 15 e 17 anos. Segundo as informações, há cerca de 15 professores diferentes, do quadro funcional da escola, acusados pelas jovens.

A denúncia foi entregue à Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), no último dia 29. O Metrópoles não teve acesso ao documento, que segue em sigilo. Porém, nas redes sociais, o assunto está criando grande polêmica. Postagem da Marcha Mundial das Mulheres-DF, do dia 3/10, destaca que “nenhum profissional de ensino tem o direito de tocar, de acariciar os corpos das estudantes, pedir nudes ou constrangê-las com piadas de duplo sentido, cantadas e olhares”.

De acordo com os relatos, três adolescentes foram vítimas de assédio e, ao conversarem com outras colegas, descobriram que elas também tinham sido alvo de ataques. Em nota pública enviada para os grupos de WhatsApp dos estudantes, um professor ou professora da escola (que não se identificou) teria dito que as alunas não sabem o que é assédio e, portanto, não deveriam jogar a “reputação” da escola “água abaixo”.

Em evento público no centro educacional, no dia 30/9, a direção chegou a dizer que a acusação das alunas não passava de um “pré-julgamento sobre a conduta de determinados professores”. Há relatos, ainda, de que as alunas tenham sido ameaçadas e advertidas pelo comando do CED 6.

“A escola, como representante maior da educação, base de qualquer processo transformador, deveria, no mínimo, aproveitar o contexto e o ensejo das denúncias para iniciar um grande projeto de fortalecimento dessas meninas e uma mudança radical no pensamento do corpo docente e discente no que concerne às violências de gênero e racismo”, destaca a postagem da Marcha Mundial das Mulheres-DF.

A unidade tem cerca de 60 professores e 1,3 mil alunos, sendo 700 do ensino médio. O caso também está sendo investigado pelo Conselho Tutelar do Gama e pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Fonte: Metrópoles