nova campanha

Imagens de facada serão usadas em campanha de Bolsonaro

As imagens que mostram o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) sofrendo um golpe a faca, durante um ato com eleitores, em Juiz de Fora

As imagens que mostram o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) sofrendo um golpe a faca, durante um ato com eleitores, em Juiz de Fora (MG), na última quinta-feira (6), serão usadas na campanha. A informação é do senador Magno Malta (PR-ES), que visitou o candidato na manhã desta sexta-feira (7), no hospital Albert Einstein, no Morumbi, zona sul de São Paulo. Bolsonaro está na UTI do hospital desde ontem, quando chegou da cidade mineira, onde havia sido operado na Santa Casa de Juiz de Fora.

“É a última imagem que nós temos de Bolsonaro. É a imagem que temos que usar”, disse na porta do hospital. O senador, no entanto, não explicou a forma como a campanha usará as imagens. A cúpula da campanha deve se reunir ainda hoje para discutir seus rumos.

O senador disse que as imagens mostram que Bolsonaro não promove a intolerância política. “Se o Bolsonaro pregasse violência mesmo, destruir pessoas, os seguidores dele que lá estavam tinham matado o cara. Se a polícia fosse tudo isso que eles falam, tinham matado ele ali. Pelo contrário, entregaram para a Justiça”, disse.

Ainda segundo o senador, o fato de ele não poder mais fazer o corpo a corpo antes do primeiro turno não deve influenciar negativamente a campanha. “Quem é que não sabe quem é e o que pensa cada candidato? O Brasil sabe o que o Bolsonaro fala e o que o Bolsonaro é”, disse.

“A gente não vai ter condição de submeter o cara [Bolsonaro, à campanha nas ruas] com a cirurgia que ele teve. Mais cinco minutos e ele estava morto. Quando os médicos estão falando em oito, dez dias, estão falando da estabilização dele. Daqui pra frente, nós que somos Bolsonaro fazemos a campanha dele, porque, se depender dele, realmente não vai ter como”, complementou.

Divergência sobre uso da imagem

Anfitrião de Bolsonaro em Juiz de Fora e presidente do diretório mineiro do partido, o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) ajudou a carregar o presidenciável logo após a facada. Questionado pela reportagem sobre a ideia de usar a imagem do ataque na campanha, o parlamentar disse não saber se a estratégia seria “conveniente”.

“Olha só, as imagens o Brasil inteiro já assistiu, teve acesso. Eu não sei se seria conveniente usá-las como estratégia de campanha. Mas, se for decidido assim, será respeitado, obviamente”, disse o deputado, que classificou o episódio como uma “experiência terrível, assustadora”.

Álvaro Antônio disse ainda que o próprio candidato será determinante nessa decisão. O deputado deve participar de reunião do PSL prevista para este sábado, para decidir os rumos da campanha.

O economista Paulo Guedes também chegou ao hospital, mas disse que não visitaria Bolsonaro porque o candidato “tem que descansar”.

Foi por pouco, disse médica diretora da Santa Casa

Na noite de quinta-feira (6), após ter sido esfaqueado, Bolsonaro foi levado à Santa Casa de Juiz de Fora (MG), onde foi operado. A perfuração deixou lesões graves em órgãos intra-abdominais do candidato. Além da lesão no intestino grosso, Bolsonaro teve três perfurações no intestino delgado. A cirurgia foi considerada um sucesso.

Na manhã de sexta-feira (7), Bolsonaro aceitou ser transferido para São Paulo. Inicialmente, tinha manifestado a vontade de ir para o Hospital Central do Exército, mas, depois, aceitou ser levado para o hospital Albert Einstein, no Morumbi, zona sul de São Paulo, onde chegou na manhã de ontem.

A médica Eunice Dantas, diretora técnica da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), onde o tratamento de Bolsonaro teve início, afirmou que ele perdeu quase metade do sangue do corpo. “”Ele perdeu de 40% a 50% do sangue do corpo. Um homem adulto como ele tem entre cinco e cinco litros e meio”, disse.

Segundo a diretora, a agilidade em levá-lo ao hospital foi fundamental para que o ataque não tivesse resultado mais grave. “Foi por pouco. Se ele não chegasse no hospital naquele momento, ele poderia ter morrido. Foram quatro bolsas de sangue para ajudá-lo.”

Ainda segundo a médica, por uma questão de centímetros, Bolsonaro não foi golpeado em uma região com “estruturas muito nobres e com vasos muito mais calibrosos”. “Se pega [frontalmente] no intestino grosso dele, se pega uma artéria, seria muito pior”, afirmou.

Fonte: Uol
Créditos: Uol