Temor

Ciro Gomes afirma que medo da sua candidatura motivou acordo PT-PSB

Ele disse que os petistas ficaram com "medo" e, por isso, fizeram aliança de neutralidade com o PSB na disputa presidencial.

O candidato à Presidência da República pelo PDT nas eleições 2018, Ciro Gomes, voltou a criticar nesta segunda, 6, o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que os petistas ficaram com “medo” e, por isso, fizeram aliança de neutralidade com o PSB na disputa presidencial. “(Foi) Medo. Não é política social compensatória que faz alguém progressista, vou mostrar isso”, disse, em evento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O ex-ministro estava em negociação avançada para compor com o pessebistas. No entanto, a executiva nacional do partido acertou com o PT a neutralidade na corrida ao Planalto. Em troca, foram retiradas as candidaturas do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) ao governo de Minas e da vereadora Marília Arraes (PT), em Pernambuco.

A manobra do PSB teria sido acertada com o consentimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso no âmbito da Operação Lava Jato, que deseja isolar Ciro no campo da centro-esquerda. No sábado, 4, o pedetista fechou a primeira e única composição partidária da chapa, com o nanico Avante.

Ciro também acusou Lula de trabalhar para que o PR, de Valdemar Costa Neto, decidisse apoiar Geraldo Alckmin (PSDB), em vez optar pela candidatura dele ou de Jair Bolsonaro (PSL). “Eu não estou me queixando. O Lula trabalhou para o Valdemar Costa Neto, o PR, ir para o (candidato do PSDB, Geraldo) Alckmin. E eu me recusei a conversar com o Valdemar por razões antigas. Tá tudo certo. Eu só acho que é um erro grave. E não é nobre, mas ninguém precisa ser nobre. E pegou muito mal. O que é, afinal de contas? Tirar o meu direito de falar uns segundinhos a mais”, complementou.

Ciro também se defendeu de uma suposta contradição de sua campanha, pela escolha da senadora Kátia Abreu (PDT-TO) como vice na chapa presidencial. Antes de se tornar ministra da Agricultura, no governo Dilma Rousseff (PT), Kátia Abreu era ligada a pautas conservadoras e foi filiada ao DEM. “Duvido que tem um petista que tenha sido mais heroico e mais sacrificado do que a senadora Kátia Abreu. Ela foi expulsa pelos quadrilheiros golpistas porque foi fiel. Foi contra a reforma trabalhista”, disse.

Coincidentemente, Kátia Abreu já teve um entrevero com Sônia Guajajara, hoje candidata a vice-presidente na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL). Em 2010, Guajajara ficou famosa na COP-16 (conferência da ONU sobre mudanças climáticas), no México, ao entregar o troféu “motosserra de ouro” à senadora, “prêmio” dado aos que supostamente aumentam o desmatamento na Amazônia.

Fonte: Estadão
Créditos: Estadão Conteúdo