Chuva de desinformação

TSE considera que grande desafio nas eleições de 2022 será o Telegram

Aplicativo permite grupos de até 200 mil pessoas, número bem superior aos 256 participantes permitidos pelo WhatsApp

Com a chuva de desinformação e o bombardeio de notícias falsas, divulgadas pelo próprio Governo Federal, que tem em Bolsonaro um candidato à reeleição, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) está preocupado com as eleições do ano que vem. Nas últimas eleições, o TSE apostou em parcerias com plataformas, como o WhatsApp, para combater à desinformação. Segundo Aline Osorio, secretária-geral do TSE e coordenadora do Programa de Enfrentamento à Desinformação, o órgão pretende ampliar a ação em 2022.

Entre as preocupações atuais do TSE está o Telegram, aplicativo que permite grupos de até 200 mil pessoas –número bem superior aos 256 participantes permitidos pelo WhatsApp. “O Telegram é um grande desafio, nós temos buscado canais, ainda não conseguimos chegar no Telegram. Atualmente a moderação de conteúdo que é feita, ou que praticamente não é feita pelo Telegram, é mais com base em preocupações de terrorismo”, afirmou ela à Folha de São Paulo.

“E a gente tem não só o Telegram, mas várias outras plataformas que chegaram (…), que não têm representação no Brasil e que é muito difícil conseguir uma interlocução”, falou. “Como a nossa preocupação [é] muito grande para 2022, é importante agora a gente, enfim, diplomaticamente, chegar nelas.”

Aline afirmou considerar que uma das prioridades é que as plataformas elaborem regras de moderação de conteúdo específicas para contextos eleitorais. “A nossa ideia é trabalhar com elas [plataformas], para que aprofundem essas políticas, para que, de antemão, já se saiba no Brasil o que vai acontecer com perfis que aleguem, indevidamente, fraude no resultado eleitoral, que não reconheçam o resultado eleitoral ou que tenha supressão de voto”, declarou.

Questionada sobre o WhatsApp e as mudanças feitas na plataforma depois da eleição de 2018, como a proibição de disparo de mensagem em massa, Aline afirmou que as alterações foram importantes. “Mas, é claro, o WhatsApp é um aplicativo de mensagem privada, então você tem um limite em relação à criptografia”, disse.

“O nosso projeto é avançar junto ao WhatsApp, entender, das políticas que eles têm aplicado, no mundo todo, se há algum outro tipo de restrição que pode ajudar a reduzir o conteúdo viral no aplicativo, e manter e expandir o canal de denúncias de disparos em massa. Eu acho que esse canal para 2022 tem que ser ainda mais divulgado”.

Fonte: Poder360
Créditos: Polêmica Paraíba