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Quarentena pode aumentar risco de trombose; saiba mais

Com a quarentena, muita gente está trabalhando de casa – e, apesar de ser algo geralmente confortável, fazer home office também significa se mover com menos frequência

Com a quarentena, muita gente está trabalhando de casa – e, apesar de ser algo geralmente confortável, fazer home office também significa se mover com menos frequência. Essa falta de movimento somada ao fato de que é natural nesta situação as pessoas passarem muito tempo sentadas, porém, é prejudicial para a circulação e entra na lista de fatores de risco para trombose.

Quarentena pode aumentar risco de trombose

Em uma tentativa de frear ao máximo a transmissão do novo coronavírus, uma das principais recomendações de órgãos de saúde no mundo todo é a de ficar em casa – e, conforme explica a médica Aline Lamaita, angiologista membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), esta é uma situação bastante favorável para o aparecimento de problemas circulatórios como a trombose.

De acordo com ela, especialistas da área têm observado um aumento nos casos de trombose ao longo da quarentena e, ao mesmo tempo em que algumas hipóteses ainda sem confirmação científica sugiram que isso pode ter relação com o COVID-19, Aline explica que esse aumento repentino na frequência da doença é algo que foi antecipado pelos médicos.

“Era esperado mesmo que aumentasse a incidência de trombose por inatividade”, afirma a médica, explicando que ficar “imobilizado” na frente da televisão ou fazendo outros afazeres é algo que, tanto nesta situação quanto na “vida normal” traz riscos para o corpo. Uma das posições que mais prejudicam a circulação nos momentos em que se fica parado, inclusive, é a sentada – comum para quem trabalha em casa.

“Como a panturrilha é o coração das pernas, a cada contração muscular bombeamos o sangue e ativamos a nossa circulação. Quando a musculatura fica parada muito tempo, pode haver retenção de líquido nas pernas, inchaço, sensação de pernas pesadas e cansadas, e isso aumenta as chances de desenvolvimento de varizes e trombose venosa”, esclarece a cirurgiã.

A redução da circulação nesta posição, segundo o hematologista João Carlos de Campos Guerra, é bastante expressiva; conforme explica, 100 ml de sangue fazem o trajeto da panturrilha até o coração em apenas um minuto, e ficar sentado por 90 minutos reduz a circulação sanguínea atrás do joelho em 50%, contribuindo então para que o risco de trombose aumente.

Trombose: sintomas para prestar atenção

A trombose é uma doença que causa a obstrução de uma ou mais veias ou artérias profundas, algo que acontece em decorrência da formação de coágulos que interrompem a circulação sanguínea. Problema grave, ela pode provocar a amputação de membros, embolia pulmonar e até levar à morte – portanto é essencial conhecer seus principais sintomas, que se manifestam nas pernas:

  1. dor
  2. calor
  3. sensibilidade
  4. inchaço e
  5. vermelhidão

Sintomas de embolia pulmonar

Ao evoluir para um quadro de embolia pulmonar (quando o coágulo que interrompe a circulação se solta e chega no pulmão), Aline explica que os sintomas incluem:

falta de ar inesperada

respiração rápida

dor no peito

frequência cardíaca alta

tosse e

catarro com sangue

Em casos mais graves, quando o coágulo é grande, pode ocorrer um infarto pulmonar e morte súbita.

Outros fatores de risco

A falta de movimentação, no entanto, não é o único fator de risco para trombose. Entre eles, também é possível citar o tabagismo, obesidade, uso de pílulas anticoncepcionais hormonais, antecedente familiar, internação em UTI (pela imobilização prolongada), paralisia dos membros inferiores, entre outras condições pré-existentes (como câncer, doença inflamatória intestinal, doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outros).

Como prevenir?

De acordo com Aline, as principais formas de prevenir trombose são:

Praticar atividades físicas (ao menos uma hora por dia para quem trabalha sentado o dia inteiro);

Movimentar os pés a cada 15 minutos;

Fazer pausas no trabalho de hora em hora para andar um pouco;

Beber bastante água (já que a desidratação engrossa o sangue);

Usar meias de compressão no caso de problemas circulatórios pré-existentes;

Fazer acompanhamento médico em casos de histórico de trombose na família;

Combater o tabagismo.

O que fazer ao apresentar sinais

Ao observar os sintomas citados, é indicado que a pessoa busque atendimento médico para que o quadro seja avaliado e o melhor tratamento seja indicado. Este, por sua vez, pode incluir compressas, uso de medicamentos anticoagulantes por um período de tempo prolongado e uso de meias de compressão também por semanas ou até meses.

 

 

Fonte: Vix
Créditos: Vix