Estratégias

Programa de Bolsonaro no rádio fala em 'amigos do comunismo'; Haddad cita ataques de crimes de ódio pelo país

RIO - No primeiro programa eleitoral do segundo turno exibido na manhã desta sexta-feira no rádio, os candidatos a presidente da República,  Jair Bolsonaro(PSL) e Fernando Haddad (PT), utilizaram os cinco minutos a que têm direito a partir de hoje até a antevéspera da eleição para alertar os eleitores do "perigo" que correm com o resultado das urnas:  A volta "dos amigos do comunismo" ou o retorno da ditadura e de "fascistas" ao poder. A intolerância política e o relato de crimes de ódio também deram o tom do programa do PT, que  não cita o ex-presidente Luiz Inácio Lulada Silva em nenhum momento.

RIO – No primeiro programa eleitoral do segundo turno exibido na manhã desta sexta-feira no rádio, os candidatos a presidente da República,  Jair Bolsonaro(PSL) e Fernando Haddad (PT), utilizaram os cinco minutos a que têm direito a partir de hoje até a antevéspera da eleição para alertar os eleitores do “perigo” que correm com o resultado das urnas:  A volta “dos amigos do comunismo” ou o retorno da ditadura e de “fascistas” ao poder. A intolerância política e o relato de crimes de ódio também deram o tom do programa do PT, que  não cita o ex-presidente Luiz Inácio Lulada Silva em nenhum momento.

A propaganda de Bolsonaro inicia relacionando um discurso de Lula, no qual o ex-presidente apoia o Foro de São Paulo (encontro de movimentos de esquerda da América Latina)  e diz que um dia os governos de esquerda da região “chegarão ao poder”. “Pode ser a volta do comunismo após a queda do Muro de Berlim em 1990”, diz o narrador. Cita Fidel como responsável, ao lado de Lula, por “plantar em nossa pátria” a semente do comunismo, e a ditadura de Cuba e Venezuela “devastada, tão admirada por Lula, Dilma e Haddad”. E afirma que o “vermelho jamais foi a cor da esperança, e sim um sinal de alerta para despertar o Brasil”. “Estamos à beira de um abismo”.

O programa de Bolsonaro usa ainda falas de personagens que se intitulam “pobres e mulheres negras” para dizer “PT nunca mais” e que nossa bandeira é “verde e amarela” e que “nosso partido é o Brasil”.

Vasectomia revertida

Ao final da exibição, o narrador anuncia com tom dramático que “tentaram tirá-lo de combate”, mas “chegamos até aqui com a verdade, opiniões firmes e Deus, acima de tudo”. Em seguida, é apresentada uma breve biografia de Bolsonaro que “serviu com orgulho o Exército brasileiro entre 1971 e 1988” e termina com um relato do candidato no qual faz “uma confissão”. Depois de dizer que Bolsonaro é casado e tem cinco filhos, o candidato começa a contar sua revelação na qual cita o nome da “pequena Laura” e chora. Após pausa de alguns segundos, ele retoma a sua fala para dizer que já tinha decidido não ter mais filhos e que “pela manutenção do casamento” resolveu fazer no Hospital Central do Exército a reversão da vasectomia.

“A realização de grande parte das mulheres é ter filho. Então, eu desfiz a vasectomia”, diz ao soltar em seguida uma risada alta ao ouvir a filha dizer “te amo”. E pergunta: “e o meu beijo? como é que fica?!”. O programa é encerrrado com seu pedido de voto. “Vamos eleger um presidente que vai fazer a nação crescer, pois precisamos de políticos honestos e patriotas”.

’12 Facadas’

https://www.facebook.com/fernandohaddad/videos/173240643584829/?t=0

<iframe src=”https://www.facebook.com/plugins/video.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Ffernandohaddad%2Fvideos%2F173240643584829%2F&show_text=0&width=476″ width=”476″ height=”476″ style=”border:none;overflow:hidden” scrolling=”no” frameborder=”0″ allowTransparency=”true” allowFullScreen=”true”></iframe>

 

Já a propaganda de Haddad abre com a narrativa sobre a morte do mestre de capoeira Moa do Katendê, atacado após uma discussão política na madrugada de segunda-feira, em Salvador . Figura pública na capital baiana, o capoeirista foi morto com 12 facadas por um homem que se diz apoiador de Bolsonaro.  E alerta: “Nossa democracia está em risco”.

Em seguida entra um áudio de Bolsonaro repetidas vezes no qual diz “vamos fuzilar a petralhada”,  dito por ele durante uma campanha no Acre no 1º turno. O narrador volta ao caso de violência contra o capoeirista e diz que “mataram um pai porque ele estava de camisa vermelha. “1,2,3,4,5…12 facadas”

A narração cita ainda “50 ataques de crimes de ódio” que teriam sido realizados no país nos últimos dias,  entre eles o caso da jovem marcada com uma suástica (símbolo do nazismo), que está sob investigação, dando a entender que teriam sido feitos por apoiadores de Bolsonaro, além dos ataques contra uma placa em memória da vereadora do PSOL Marielle Franco. ” É esse o Brasil que a gente quer!?”.

O programa tem ainda a fala de personagens que relatam direitos humanos desrespeitados. “Queremos o Brasil de armas na mão?!”, pergunta o narrador para Haddad falar em seguida. “Quero dar ao menos uma oportunidade aos brasileiros, um livro na mão e a carteira assinada na outra”. O candidato ainda frisa que o que esstá em jogo “é muito mais do que a Presidência, e sim os direitos de todos”.

Na sequência é apresentada uma breve biografia do candidato do PT na qual ressalta sua experiência como educador, intelectual e prefeito premiado. Haddad termina sua participação agradecendo aos eleitores, a Deus, e pede paz. “Queremos paz e paz se constrói garantindo direitos. É hora de olhar para frente, mesmo que você tenha votado em outro candidato no primeiro turno, agora é a vez da democracia e dos direitos do povo”.

No rádio, o horário de propaganda terá início às 7h e às 12h; na televisão, o primeiro bloco do horário eleitoral começa às 13h e o segundo bloco às 20h30. As emissoras e canais também devem reservar 25 minutos diários, de segunda-feira a domingo, para inserções dos candidatos à Presidência.

Fonte: O Globo
Créditos: O Globo