QUestão nacional

PORQUE DEIXEI O PT: Não dá para ficar contra Bolsonaro - Por Eilzo Nogueira Matos

Eis uma verdade verdadeiramente observada. A física ensina que os efeitos têm causa. No caso, petismo/insegurança. Assim na natureza e na sociedade. Foi o que aprendi de Heráclito a Voltaire e Marx. O mais se argumenta com imaginação, sobre a questão nacional, sem aprofundar o raciocínio. A história pessoal de coragem em episódios da vida política, entretanto, não isenta aventureiros oportunistas, da incômoda condição de guerreiros brancaleônicos, retratados por Ariano Suassuna, incrível senhor/marxista na sua “Farsa da Boa Preguiça.”
Percorre mundos o seu pensamento, desde a Estética de Aristóteles, O Capital de Marx à Caverna de Platão. Ou do Burguês Fidalgo molieriano?
Para ele, “o único verdadeiro objetivo do Trabalho é a Preguiça que ele proporciona depois, e no qual podemos nos entregar à alegria do único trabalho verdadeiramente digno, o trabalho criativo, livre e gratuito. Os Poetas e os Artistas têm a sorte de poder unir o trabalho escravo e o trabalho criador numa só atividade, e era isso o que eu tentava mostrar, também, na Farsa da boa preguiça, através do personagem Joaquim Simão, o Poeta preguiçoso”
Entretanto, sem desvios e veredas, a realidade mostra o desastre nacional, de um grupo de traficantes, numa favela no Rio de Janeiro, resistir ao Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Federal, Força Nacional, Polícia Militar e Polícia Civil Estadual, numa operação que dura mais de um ano, flagrantemente derrotados. Esta foi a herança, que Lula e seguidores, beneficiários do poder, deixaram consolidada — acomodação a uma condição fantasmagórica/fantasista, paralelamente, às bases constitucionais do Estado Brasileiro quer no modelo marxista, platônico ou kantiano de governo, em segundo plano.
Mas, em foco, subsistirá o debate de iluminadas opiniões (mania da nobiliarquia pernambucana, que inspirou o paraibano Ariano Suassuna, sem demérito para Gilberto Freyre e Mario Sete), definidoras de raciocínios, que foram inventadas e desapareceram — tipo o sociologismo petebista de Josué de Castro, que virou denuncia mangbeat Bomba do Hemetério, expondo as chagas fedorentas da pobreza enraizada. E escondendo as consequencias estruturais das causas e dos efeitos. Aí está a vã filosofia. A praxis — construção/revelação dialética dos fatores determinantes da realidade/desenvolvimento —, todavia, fundada na oposição, as rechaça como resultado/síntese, consagrada na ciência e na filosofia. Não dá para ficar contra Bolsonaro.

Fonte: Eilzo Nogueira Matos
Créditos: Eilzo Nogueira Matos