Pela primeira vez no Brasil, árbitro para jogo devido a gritos homofóbicos - VEJA VÍDEO

A partida entre Vasco e São Paulo, vencida pela equipe carioca no domingo (25), ficará marcada para a história. Não pelo resultado em si, mas pelo profundo significado: pela primeira vez na história do futebol brasileiro, um jogo foi paralisado pelo árbitro após a torcida entoar cantos homofóbicos – a homofobia foi criminalizada pelo STF em junho deste ano.

O árbitro Anderson Daronco (FIFA/RS) relatou na súmula da partida válida pela 16ª rodada do Brasileirão que, “aos 17 minutos do segundo tempo, houve um canto da torcida do Vasco em que dizia: ‘time de viado’”. “Aos 19 minutos do segundo tempo a partida foi paralisada para informar ao delegado do jogo e aos capitães de ambas as equipes a necessidade de não novamente”, escreveu.

Daronco ainda acionou o sistema de som do estádio São Januário, no Rio, para realizar o “pedido para que os torcedores não gritassem mais palavras homofóbicas”.

Leia a súmula na íntegra aqui.

Na transmissão ao vivo da partida, foi possível ver o técnico Vanderlei Luxemburgo gesticulando para a torcida vascaína: “Não pode cantar ‘time de veado’”.

Para o Fox Sports, Luxemburgo reforçou o esforço para interromper o grito homofóbico da torcida. “Foi pelos gritos homofóbicos, porque pode prejudicar. Mas como ia falar para todo mundo? Meio que entenderam. Passa na rádio e chega lá”, disse o treinador.

Sanções

A atitude de Daronco segue decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) que determinou, por meio de um ofício publicado no dia 19, que árbitros relatassem qualquer tipo de manifestação preconceituosa nas súmulas das partidas (relembre aqui).

De acordo com a determinação, os times serão punidos por atos homofóbicos dentro dos estádios. As sanções podem chegar a perda de três pontos já que devem ser enquadradas no artigo 243-G do Código Disciplinar (praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência). Em caso de reincidência, será retirado o dobro da pontuação.

Nas redes sociais, internautas comentaram a decisão. O assunto permaneceu nos Trending Topics do Twitter na manhã desta segunda-feira (26).

https://twitter.com/felipeneto/status/1165804755358310406?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1165804755358310406&ref_url=https%3A%2F%2Fbhaz.com.br%2F2019%2F08%2F26%2Fjogo-gritos-homofobicos%2F

E necessário! Não da pra torcer pelo time que lutou por igualdade e entoar cânticos homofóbicos! Hoje briguei com dois torcedores na arquibancada, e se nos próximos jogos precisar continuarei brigando. Aqui se luta por igual, por respeito. Sou Vasco por respeito a esses valores.

— Bea 💢📿 (@afbeah) August 26, 2019

Não existe mais espaço para homofobia no futebol (e na vida). Luxemburgo e os jogadores tentam pedir que a torcida pare. É preconceituoso, ridículo, vai contra a linda história construída clube e ainda gera punição. Chega disso. Respeitem.

— Luiza Sá (@luizasabg) August 25, 2019

"Antigamente, você chamava alguém de "viado" e era normal. Hoje está sendo corrigido. Foram tantas coisas corrigidas que tenho esperança que isso seja corrigido também."

Parabéns, Cuca, pelo posicionamento. É dever de todos combater a homofobia no futebol.

— Leonardo Miranda (@leoffmiranda) August 25, 2019

https://twitter.com/calezx/status/1165968407600279553?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1165968407600279553&ref_url=https%3A%2F%2Fbhaz.com.br%2F2019%2F08%2F26%2Fjogo-gritos-homofobicos%2F

https://twitter.com/estevoleal/status/1165967905806270464?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1165967905806270464&ref_url=https%3A%2F%2Fbhaz.com.br%2F2019%2F08%2F26%2Fjogo-gritos-homofobicos%2F

Fonte: BHAZ
Créditos: BHAZ