Só isso?

Mourão isenta Bolsonaro, critica Pazuello e diz que maior erro do Brasil na pandemia foi não ter feito "orientações para a população"

Presidente não segue as orientações de prevenção à doença, exemplo do isolamento social e uso de máscara

Após a marca trágica de 500 mil mortes ser superada no Brasil e o país se encaminhar para ultrapassar os Estados Unidos em número de mortes, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou, na noite da terça-feira (22), que o maior erro do Governo Federal no combate à pandemia foi não ter feito “uma campanha de esclarecimento da população sobre a realidade da doença”.

“Vou dizer para ti qual é o nosso maior erro. Na minha visão, a questão de comunicação, desde o ano passado, de campanhas de esclarecimento da população. Eu acho que este foi o grande erro: [não ter feito] uma campanha de esclarecimento firme, como tivemos no passado, de outras vacinas. Então, uma campanha de esclarecimento da população sobre a realidade da doença, orientações o tempo todo para a população“, disse Mourão em entrevista ao jornalista Roberto D’Avila da GloboNews.

Na entrevista, Mourão também isentou o presidente Jair Bolsonaro da crise enfrentada pelo Brasil neste momento. “Eu não coloco nas costas do presidente essas coisas que têm acontecido. Não é tudo nas costas dele. Cada um tem a sua parcela de erro nesse pacote todo aí. É um país desigual: desigual regionalmente e desigual socioeconomicamente. É um país continental. Então, a gente olha outro país que sofreu tanto quanto a gente ainda continua com gente falecendo por essa doença, que são os Estados Unidos“, opinou.

Bolsonaro não segue as orientações de prevenção à doença, exemplo do isolamento social e uso de máscara para controlar a pandemia. O presidente também não incentiva a vacina e defende o uso precoce de medicamentos com ineficácia comprovada para combater a Covid-19, como a hidroxicloroquina e a ivermectina.

Quando questionado sobre a atuação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, Mourão disse ele “deveria ter compreendido que estava em função política [quando se tornou ministro], já tinha atingindo o patamar mais elevado [nas Forças Armadas] e era hora de ir para a reserva“, apesar de reforçar o seu apreço pelo ex-ministro.

No último domingo (20), o Brasil ultrapassou a Índia na média diária de mortes por covid-19 e se tornou líder do ranking mundial. De acordo com dados do site Our World In Data, nesse dia, a média móvel brasileira era de 2.060, enquanto a indiana estava em 1.975.

O país asiático havia assumido a ponta do ranking em 26 de abril, depois de ultrapassar o Brasil, que esteve no topo desde 9 de março –data em que superou os Estados Unidos. O país norte-americano começou a registrar queda considerável de vítimas quando avançou com a vacinação. Para comparação, no mesmo domingo, a média móvel de óbitos nos Estados Unidos foi de 281.

Fonte: Poder360
Créditos: Polêmica Paraíba