"Transtorno"

Maluf é um "transtorno para o sistema penitenciário", diz defesa de deputado

Na sexta-feira (22), Maluf passou por perícia médica no IML em Brasília
Com problemas de saúde e preso desde a última quarta-feira (20), o deputado federal e ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PP-SP) é uma complicação para o sistema penitenciário, na avaliação de sua defesa. “Não sou médico, mas ele é um transtorno para o sistema penitenciário”, disse ao UOL  nesta segunda (25) o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay.

O parlamentar, de 86 anos, trata um câncer de próstata e também sofreria com problemas cardíacos e de hérnia de disco, segundo sua defesa, que teme possíveis efeitos do período na prisão na saúde de seu cliente.

“Cada vez mais haverá dificuldade para mantê-lo no sistema carcerário. Acho que, por uma razão de direito e uma razão humanitária, ele deveria ir para prisão domiciliar”, avaliou Kakay. “Ele não tem mais força nas pernas. Ele não teria condições de se levantar se não houvesse mais pessoas na cela. Ele precisa que outros presos o ajudem, o que não é confortável para uma pessoa de 86 anos de idade.”

Em despacho da última sexta-feira (22), o juiz Bruno Macacari, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, negou, provisoriamente, a prisão domiciliar a Maluf com base em informações de que o Complexo Penitenciário da Papuda possui estrutura de atendimento médico para cuidar do deputado em caso de necessidade.

Em nota, a Sesip (Subsecretaria do Sistema Penitenciário) do Distrito Federal disse que o estado de saúde do deputado “não apresentou qualquer alteração desde que chegou à carceragem” da Papuda, na sexta-feira (22). Antes, Maluf aguardou transferência por dois dias na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

“Concluo, em um primeiro momento, que seu quadro clínico não demanda tratamento ou acompanhamento médico que não possa ser adequadamente prestado pelo serviço de saúde da unidade prisional”, disse Macacari.

O juiz determinou que o resultado da perícia médica, realizada na sexta-feira, seja conhecido na terça-feira (26). A partir do resultado, o magistrado pode manter Maluf na Papuda ou autorizar que ele cumpra sua pena em prisão domiciliar em Brasília. “A expectativa é que os médicos tenham uma visão técnica e uma visão humanitária”, pontuou Kakay.

Desde que foi preso, Maluf passou a ser visto andando com aparente dificuldade e utilizando uma muleta para se locomover.

A rotina do parlamentar na prisão inclui banhos de sol e visitas de advogados. No almoço de Natal, o cardápio oferecido a Maluf é composto por arroz colorido, feijão em caldo, frango assado, purê de cenouras e suco de frutas, segundo a Secretaria. O político ainda não recebeu visitas de familiares, o que acontece apenas às sextas-feiras.

Fonte: uol
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