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João de Deus deixa hospital e é transferido para penitenciária em Goiânia

O STJ concluiu que, além de os decretos de prisão preventiva estar fundamentada, o médium apresentou melhora na sua saúde desde sua internação no Instituto Neurológico.

O médium João de Deus deixou na tarde de hoje o Instituto Neurológico de Goiânia, onde estava internado desde março. A reportagem do UOL confirmou que ele já está detido no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, localizado na região metropolitana daquela cidade.

João de Deus teve de deixar o complexo hospitalar após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última terça-feira (4).

Além de negar dois pedidos de habeas corpus impetrados pela defesa, os ministros do tribunal revogaram a decisão que autorizava a permanência de João de Deus na internação hospitalar. A defesa requeria revogação da prisão preventiva ou a transferência para a prisão domiciliar.

O STJ, entretanto, concluiu que, além de os decretos de prisão preventiva estar fundamentada, o médium apresentou melhora na sua saúde desde sua internação no Instituto Neurológico.

Ao alegar a validade da prisão preventiva, o ministro Nefi Cordeiro destacou que admite como idôneas as motivações de risco ao processo (por testemunha ameaçada e fuga inicial) e à sociedade (pelo risco de reiteração de crimes concretamente graves).”

Cordeiro fora responsável por duas decisões que ampliaram o tempo de permanência de João de Deus no Instituto Neurológico. A primeira, em abril, postergou por 10 dias a internação do médium, tendo em vista a “piora do estado de saúde”, conforme decisão do ministro.

No começo de maio, João de Deus teve prorrogada por mais 30 dias a sua permanência no hospital. A estadia do médium provocou uma série de mudanças no modo de operação da instituição, como o fato das enfermeiras mulheres só atenderem João de Deus acompanhadas. Segundo o Instituto, a mudança na rotina ocorreu após uma recomendação de advogados do paciente e da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Goiás.

Réu em 3 processos

João de Deus é réu em três processos diferentes -dois por estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude e um, o mais recente, por posse ilegal de arma de fogo e munições.

Em janeiro, a juíza Rosângela Rodrigues Santos, da comarca de Abadiânia, aceitou as alegações do MP-GO (Ministério Público de Goiás) contra o médium por estupro de vulnerável e violência mediante fraude contra quatro vítimas.

Uma semana depois, a magistrada aceitou outra denúncia oferecida pelo MP-GO contra o médium. Na denúncia, constam relatos de 13 vítimas, dos quais cinco não haviam prescrito. João de Deus é acusado de quatro estupros de vulnerável e um caso de violência sexual mediante fraude. As outras oito vítimas em que os crimes sexuais prescreveram figuram como testemunhas.

Segundo os promotores do caso, os crimes aconteceram entre 1990 e 2018, quando as vítimas teriam entre oito e 47 anos à época, e envolvem vítimas de Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Um novo pedido de prisão também foi formulado na denúncia.

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) encaminhou, no início de janeiro, informações ao MPF (Ministério Público Federal) sobre suposto envolvimento do médium em um esquema de tráfico internacional de bebês e escravização de mulheres. A defesa alegou falta de provas.

Até o dia 10 de janeiro, o MP havia recebido 688 contatos de supostos relatos de abuso sexual do médium, tendo sido identificadas mais de 300 vítimas.

Fonte: UOL
Créditos: UOL