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Haddad diz que, se eleito, ministro da Fazenda será economista ou empresário, mas não banqueiro

O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (11) que, se eleito, o ministro da Fazenda não será um banqueiro, mas um economista ou um empresário. Segundo ele, o perfil que pretende para o ocupante do cargo é o de alguém comprometido com a geração de empregos e a preservação de direitos sociais.

O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (11) que, se eleito, o ministro da Fazenda não será um banqueiro, mas um economista ou um empresário.
Segundo ele, o perfil que pretende para o ocupante do cargo é o de alguém comprometido com a geração de empregos e a preservação de direitos sociais.

Ele deu a declaração durante entrevista à rádio CBN, que também entrevistou nesta quinta o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. “O nosso ministro da Fazenda vai ser um economista ou um empresário. Você citou um que é um grande nome [Josué Gomes, presidente da Coteminas], foi cotado para vice-presidente na nossa chapa. Então, tem todas as condições e perfil e sensibilidade social. Ou seja, geração de empregos e não cortar direitos sociais. Esse é o perfil que eu vejo. Eu posso te adiantar que o ministro da Fazenda não será um banqueiro”, declarou.

Haddad aproveitou a resposta para criticar o economista da campanha de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, anunciado pelo adversário como futuro ministro de uma pasta que reunirá Fazenda e Planejamento.

“Eu não quero um banqueiro no Ministério da Fazenda como o Paulo Guedes. O Paulo Guedes especulou a vida inteira no sistema financeiro, no mercado financeiro. Ele não entende de geração de emprego. Ele entende de juro. Ele entende de ganhar dinheiro especulando”, declarou.

Mais cedo, nesta quinta, Haddad teve uma agenda em Brasília. Na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o petista assumiu compromissos com a entidade.

Reforma da Previdência

Haddad também foi questionado sobre qual proposta tem para a Previdência Social. Segundo o petista, ele vai conversar com governadores e prefeitos para “resolver o problema” dos chamados regimes próprios de Previdência dos estados.
“Você tem que convergir o regime geral da Previdência, do INSS, com a Previdência pública para ter um sistema único no país, cortando todos os privilégios. Não tem essa de juiz ganhar acima do teto, tem que acabar com os privilégios, e um sistema único de Previdência, começando por uma reforma dos sistemas próprios”, declarou.

Corrupção

Indagado sobre a ausência de autocrítica do PT em relação a casos de corrupção, Haddad afirmou que a legenda “faz autocrítica” e disse que casos de corrupção atingiram outras siglas. Mas, segundo ele, isso fica “centrado no PT”.
“Felizmente, o Supremo Tribunal Federal proibiu o financiamento empresarial de campanha. Mas isso não foi uma questão do PT. Veja como o PSDB foi punido. O Alckmin teve menos de 5% dos votos. Então, às vezes, a coisa fica muito centrada no PT e as pessoas não compreendem que o sistema político, como um todo, teve pessoas que erraram”, disse.
Haddad também disse que se eleito a Operação Lava Jato vai continuar, assim como os apoios à Polícia Federal, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
“Eu não fui visitar o Joaquim Barbosa [ex-presidente do Supremo Tribunal Federal] por outra razão. Eu quero escolher os melhores quadros e as melhores propostas para aprimorar o combate à corrupção no Brasil”, afirmou.
Ataques entre eleitores

Fernando Haddad também fez críticas ao adversário Jair Bolsonaro que, segundo o petista, “está há 28 anos destilando ódio na Câmara”.
Sobre os casos de violência registrados no período eleitoral, Haddad afirmou que Bolsonaro “não se controla e, ao não se controlar, não controla mais ninguém”.
“Ele não manifestou nenhuma solidariedade à família do mestre de capoeira [morto após declarar voto em Haddad], que foi assassinado. Não estamos falando de agressão, estamos falando de um assassinato. E não fez um gesto para a família, não deu um telefonema, não expressou solidariedade”, declarou.
Segundo ele, “o problema é quando você tem uma vida dedicada à violência. Você está falando de um homem [Bolsonaro] que enaltece a tortura, que enaltece a ditadura, enaltece o estupro”.
Privatizações

Haddad disse que Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, Eletrobras, Correios e Embrapa são empresas “estratégicas para o desenvolvimento” e não serão privatizadas “de jeito nenhum”.

Auxílio-moradia

Ainda na entrevista à CBN, Haddad defendeu uma solução negociada para acabar com o auxílio-moradia para o judiciário.
“Eu pretendo revogar tudo que esteja em desacordo com a Constituição. Nós temos que sentar com o Poder Judiciário, publicamente, e fazer essa discussão com a sociedade. A sociedade não quer mais privilégios. A sociedade não quer jeitinho, não pode ter jeitinho na Constituição. Isso tudo tem que acabar”, afirmou.
RedeTV! e Band

Também, nesta quinta, Haddad concedeu entrevista à RedeTV! e foi questionado sobre 11 temas. Sobre impostos, disse que vai isentar do Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos e cobrará mais impostos de milionários.
Sobre porte de armas, Haddad afirmou que quem tem que portar armas é a polícia e que segurança pública é um papel do estado. Em relação às drogas, o petista disse que vai diferenciar usuários de traficantes. “Traficante na cadeia e usuário com tratamento”.
À TV Bandeirantes, Haddad afirmou que não pretende recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e vai substituir de cinco a sete impostos por um.
Ele também declarou que se eleito criará condições para a Venezuela sair “democraticamente” da crise.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba