Missão

General Mourão afirma que organizar sistema tributário brasileiro é missão do Governo Federal

Mourão reconheceu a dificuldade histórica do Brasil com a questão fiscal, já que as despesas são maiores que a receita. A ideia, segundo ele, é fazer uma reforma que possibilite uma redução da carga tributária.

“O governo federal tem a grande missão de organizar o sistema tributário”. A frase é do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, que se reuniu no início da tarde desta sexta-feira, com empresários e lideranças políticas piauienses, para um almoço na sede da Federação das Indústrias do Piauí (Fiepi).

Mourão reconheceu a dificuldade histórica do Brasil com a questão fiscal, já que as despesas são maiores que a receita. A ideia, segundo ele, é fazer uma reforma que possibilite uma redução da carga tributária. “Durante muito tempo, isso foi coberto com aumento de impostos, o que gerou uma taxa de impostos na faixa de 33% do Produto Interno Bruto, totalmente incompatível com um país com as características do nosso”, avaliou, destacando que ser preciso “frear” esse crescimento de impostos sob pena de comprometer as próximas gerações.

“A questão fiscal tem que ser resolvida na busca desse equilíbrio, seja na busca de privatizações, sessão onerosa do petróleo, e um ajuste do tamanho do estado”, enumerou. A meta, segundo o vice-presidente, é chegar a uma carga tributária de, pelo menos, 22%.

O general comentou o pacto federativo e destacou que hoje a maior fatia do bolo tributário fica com o governo federal, prejudicando estados e municípios. “Nosso governo tem a função de fazer esses ajustes para que, daqui a 10, 15 anos, se organize o sistema tributário e equalize essas alíquotas. Hoje, temos 70% [das receitas de impostos] na mão do Governo Federal e 30% na mão de estados e municípios. Essa inversão só será possível se caminharmos lado a lado com a reforma tributária”, completou.

Mourão também defendeu a importância de se buscar parcerias com a iniciativa privada no sentido de dotar o país de infraestrutura, de ferrovias, portos e aeroportos.

A fala do vice-presidente foi comentando as demandas apresentadas pelos empresários e industriais do Piauí. O presidente da Fiepi, Antônio José de Moraes Souza Filho, fez críticas ao governo Federal que, segundo ele, há anos não recebe uma obra estruturante que seja capaz de contribuir com o desenvolvimento do Estado. Ele elencou obras estruturantes importantes para o desenvolvimento do Piauí, tais como a conclusão da Ferrovia Transnordestina e dos Tabuleiros Litorâneos e a instalação do Porto Seco de Teresina.

Na sede da Fiepi, o vice-presidente foi homenageado com a Medalha Simplício Dias, que é a maior honraria entregue pela indústria local.

Fonte: Valor Econômico
Créditos: Mayara Martins