FORA CUNHA: Sua permanência na Câmara é uma afronta ao devido processo legal - Por André Madruga

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, negocia um acordo com o Planalto. Oficialmente, ele nega. Declara agir como um magistrado independente, equidistante do governo e da oposição. Balela.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, negocia um acordo com o Planalto. Oficialmente, ele nega. Declara agir como um magistrado independente, equidistante do governo e da oposição. Balela. Nas barbas do STF e da Procuradoria-Geral da República, Cunha usa o cargo (a mão no gatilho para a instalação ou não do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff), lhe dado pelo voto de 267 deputados, como poder de barganha, para se livrar dos processos político e jurídico, pelos quais responde, e garantir a continuidade de suas notórias e nefastas práticas políticas.

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Sua permanência como presidente da Câmara, desse modo, é uma afronta ao devido processo legal, e o seu afastamento se torna uma condição, mais do que necessária, para a preservação da Justiça e da ordem pública, livre de qualquer interferência política.

Celebrado como o maior acordo econômico da história, o Transpacífico, que reúne EUA, Japão e outros dez países, é mais um engodo perpetrado pelos países altamente industrializados.

Para os liberais, o atraso do Brasil é, em parte, culpa dos nossos empresários, preguiçosos e acomodados com a “condenável” proteção do Estado. Com a livre concorrência, dizem, ganharíamos competitividade e produtividade, naturalmente. A ideia, assim, é que cada país foque na produção do seu melhor produto, sem desperdiçar esforços.
A coisa degringola quando é de conhecimento público que nenhum país se desenvolve e cria altos níveis de bem-estar social com base pura e exclusiva no agronegócio, “nosso melhor produto”.

Ao se impedir que países emergentes adotem as políticas que os próprios países desenvolvidos usaram no seu processo histórico, preserva-se a secular estrutura de poder de caráter explorador e predatório, bem conhecida por toda a América Latina. Parafraseando o poeta: o novo é um museu de grandes novidades.

Por André Madruga