'devolva à farmácia'

COVID-19: Hidroxicloroquina NÃO deve ser comprada para prevenção, alerta pesquisadora da Fiocruz

Margareth Dalcolmo pede ainda que quem comprou devolva à farmácia

Os brasileiros não devem comprar hidroxicloroquina para se prevenir contra o coronavírus. O alerta é feito pela pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz. “Não, não devem comprá-los de modo algum.”

O medicamento é usado por pacientes com doenças autoimunes. Segundo ela, por causa do aumento da demanda em farmácias, pacientes que fazem uso contínuo da hidroxicloroquina podem ficar sem o remédio. Ela pede que quem comprou o medicamento devolva à farmácia.
“Quem deve usar esses medicamentos são as pessoas com doença autoimune e com malária. São pessoas que fazem uso contínuo dessa medicação durante anos de suas vidas e que precisam dela pra controlar as suas doenças e hoje já sentem falta na rede comercial de farmácia, porque foi comprada de maneira indevida”, diz Margareth.

Além de pacientes em tratamento contra malária, o remédio é usado por pessoas que tenham: artrite reumatoide, lupus eritematoso e outras doenças autoimunes. A pesquisadora da Fiocruz ressalta que não está comprovada a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento e no combate ao coronavírus.

“Não tem sentido. A hidroxicloroquina vendida comercialmente não trata a infecção por coronavírus, é usada nas condições de terapia intensiva, para casos especiais muito graves. Ela não serve pra prevenção e não serve pra tratamento de formas leves. Até o momento, não há nenhuma comprovação científica de que essa utilização seja recomendada. Nem no Brasil nem em nenhum outro local”, explica.
A pesquisadora diz que o uso de hidroxicloroquina contra a Covid-19 ainda é experimental, em pacientes que estejam em estado muito grave, em terapia intensiva.

“É preciso que as pessoas entendam que o tratamento com hidroxicloroquina é experimental, tem sido feito não só no Brasil, na rede privada, como em vários locais do mundo como uma tentativa de tratamento em pacientes em terapia intensiva, onde não há nenhuma outra terapêutica comprovadamente eficaz. É nessa condição que ela está sendo utilizada.”

Uso indevido

Margareth explica ainda que o uso indevido e sem acompanhamento médico pode acarretar em problemas de saúde: “Há efeitos colaterais relacionados ao uso indevido sim. Isso é controlado naqueles pacientes que fazem uso contínuo como, por exemplo, pessoas que usam a medicação com anticoagulante, pessoas que são cardíacas e que podem ter as suas arritmias cardíacas agravadas pelo uso desnecessário desse medicamento”.
A médica alerta que o remédio não deve ser usado por pessoas que tenham:

Tendência a arritmia cardíaca
Problemas oftalmológicos
Pacientes que façam uso de anticoagulante

Fonte: G1
Créditos: G1