Coronavírus

Cientista diz que máscaras serão necessárias por mais dois ou três anos: "outras cepas continuarão aparecendo"

Segundo o diretor médico da Sinovac, Zijie Zhang, que está no Brasil há três meses trabalhando dentro do Instituto Butantan, a nova cepa impõe desafios aos laboratórios e sinaliza que a pandemia pode ainda não estar tão perto do fim.

 

A variante ômicron da covid-19 e sua alta capacidade de transmissão surpreenderam cientistas, que no início da pandemia não contavam com a rápida mutação do vírus. Segundo o diretor médico da Sinovac, Zijie Zhang, que está no Brasil há três meses trabalhando dentro do Instituto Butantan em razão da parceria da farmacêutica chinês com o governo do Estado de São Paulo, a nova cepa impõe desafios aos laboratórios e sinaliza que a pandemia pode ainda não estar tão perto do fim.

 

O cientista da Sinovac diz que as primeiras doses das vacinas, tanto a Coronavac, fabricada pela farmacêutica chinesa, quanto as demais, possivelmente são menos eficazes contra a ômicron do que eram diante das outras cepas. Contudo, isso não reduz a necessidade de que a população tome as doses de reforço.

 

Por causa das mutações do vírus, Zijie prevê que deverá haver uma campanha permanente de vacinação contra o coronavírus, assim como ocorre com a gripe. “Nós observamos que a presença do nível de anticorpos vai minguando ao longo do tempo. Isso obviamente compromete a efetividade da vacina à medida que o tempo passa. E ainda há o fator das variantes continuarem surgindo. Se o vírus muda, como acontece com o influenza, nós temos que ir mudando a vacina também porque as anteriores começam a não funcionar.”

 

Ele reitera que o surgimento da ômicron mudou o entendimento sobre o vírus. “Um mês atrás, achávamos que o vírus da covid-19 não mudaria tanto comparado ao influenza. No entanto, em quase dois anos vimos tantas variantes, especialmente a ômicron, e agora esperamos que mais cepas continuarão aparecendo.”

 

Embora acredite que novas variantes surgirão e que protocolos da pandemia terão que ser, em maior ou menor medida, estendidos até 2023, como o uso contínuo de máscaras, pelos menos, o cientista chinês pondera que a tendência é ver o vírus se tornando cada vez menos letal. “Essa é a boa notícia”, disse. “Mesmo que as vacinas não consigam deter as transmissões, o mais importante é que podemos reduzir a gravidade da doença e as pessoas não precisarão ter mais tanto medo dela”.

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Fonte: Valor Econômico
Créditos: Polêmica Paraíba