Intolerândia Religiosa

'Bonde de Jesus': quadrilha é presa por ataques a terreiros de candomblé

A Polícia Civil prendeu oito pessoas em uma operação para desarticular uma quadrilha apontada como responsável por ataques a terreiros de candomblé. Os criminosos se intitulam “bandidos de Jesus”. A ação da 62ª DP (Imbariê) foi na comunidade Parque Paulista, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para desarticular uma facção criminosa de tráfico de drogas que atua naquela região, o Terceiro Comando Puro (TCP).
Os criminosos são ligados a Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do tráfico no Parque Paulista, em Parada de Lucas, na Cidade Alta e em Vigário Geral, que nasceu na cidade da Baixada Fluminense e também comanda o crime na região.
Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, é chefe da facção Terceiro Comando Puro (TCP) no Parque Paulista, Paradas de Lucas, Cidade Alta e Vigário Geral – Divulgação/ Portal dos Procurados
De acordo com a 62ª DP, as investigações tiveram início há cerca de três meses logo após a comunicação dos casos de intolerância religiosa praticados pelo bando à terreiros localizados naquela comunidade. A unidade identificou os criminosos e conseguiu na Justiça os mandados de prisão.

A ação conta com apoio de delegacias dos Departamentos Geral da Baixada (DGPB), da Capital (DGPC), de Especializadas (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
Terreiro de candomblé foi invadido e destruído em Parque Paulista, em Duque de Caxias – Reprodução Facebook
Bandidos de Jesus ameaçaram mãe de santo com arma
Criminosos, que se intitulam “bandidos de Jesus”, invadiram e destruíram um terreiro de candomblé, em julho, no Parque Paulista,  dando ordens para que o espaço fosse fechado.
No momento do ataque ao terreiro em Duque de Caxias, a mãe de santo líder do espaço religioso, uma idosa de 85 anos, estava presente e sofreu várias ameaças sob a mira de uma arma. Os “bandidos de Jesus” são apontados como traficantes que tomaram conta do Parque Paulista, ligados à facção Terceiro Comando Puro (TCP). Foi a primeira vez que o terreiro, há mais de 50 anos no bairro, sofreu um ataque, apesar das ameaças já existirem. “Eles já fecharam três, quatro espaços religiosos. Estamos ali há 52 anos e nunca passamos por situação parecida. Não vamos voltar, a segurança dela (mãe de santo) em primeiro lugar”, contou o familiar da mãe de santo, que não quis se identificar.

Fonte: Meia Hora
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