Transtorno Obsessivo Compulsivo

Após oito anos cavando o terreno de sua própria casa, irmãs contam com apoio psicológico - VEJA VÍDEO

Para se ter uma ideia do trabalho, o alicerce da casa ficou exposto a uma altura de mais de um metro da base.

 

Um caso inusitado e curioso ocorrido no bairro do Benedito Bentes, na parte alta de Maceió, chamou a atenção e mobilizou as autoridades municipais esta semana. Duas idosas, que são irmãs, escavaram todos os dias, durante cerca de 8 anos, com o uso de uma pá de pedreiro, todo o terreno no entorno da residência em que moravam, que ficou “ilhada”.

O caso foi denunciado pelo vereador Siderlane Mendonça (PEN), que acionou a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), que foi até o local. Lá, profissionais do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) fizeram uma primeira avaliação e constataram uma reaproximação da família após a repercussão do caso.

As idosas Maria Rita e Maria José, após o contato da Semas, foram retiradas do imóvel por familiares, que alugaram uma nova casa para elas morarem. O endereço não foi informado pelo município.

Conforme constatado pelo vereador, as idosas faziam o trabalho de escavação todos os dias, chamando a atenção de vizinhos. Para se ter uma ideia do trabalho, o alicerce da casa ficou exposto a uma altura de mais de um metro da base.

 

 

 

Transtorno Obsessivo Compulsivo
Após a descoberta da ocupação inusitada das duas irmãs, o vereador acionou o serviço de assistência social da Prefeitura de Maceió, uma psicóloga e uma equipe da Defesa Civil. Segundo Siderlane, a psicóloga que visitou as duas na segunda-feira (8) diagnosticou as senhoras com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). O transtorno faz com que o paciente tenha pensamentos e ações repetitivos, transformando uma atividade em uma espécie de ritual.

A Defesa Civil informou que esteve no imóvel e recomendou o reaterro da área para evitar danos às casas vizinhas que já vinham apresentando rachaduras por conta das escavações. Após um diálogo, o vereador convenceu as irmãs a saírem da residência, que corre o risco de desabar. Agora elas estão com familiares. Siderlane faz um apelo para que a prefeitura atue para reconstruir a casa das irmãs e “devolvê-las com dignidade”.

Em nota, a Gerência de Atenção Psicossocial, por meio do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Noraci Pedrosa, informou que foi acionada nesta terça-feira (9) e irá fazer uma visita a residência da usuária na quarta-feira (10), com a equipe composta pela coordenadora do Caps, psiquiatra, enfermeira e outro técnico, para que sejam feitos os encaminhamentos necessários para a usuária e sua família, após conhecimento e análise da situação.

A Secretaria Municipal de Assistência Social informou que foi notificada da situação social das senhoras, no bairro do Benedito Bentes e fez a primeira visita domiciliar, através do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) na segunda-feira (8). O Creas acionou a equipe da Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde. Uma nova visita foi agendada para a tarde desta terça-feira (9) para o seguimento do acompanhamento familiar e para o restabelecimento de vínculos.

Fonte: Polêmica Paraíba com op9
Créditos: gazetaweb