Os malefícios da manipulação virtual
Por Sophia Cardoso
Durante a Primavera Árabe, em 2011, a internet foi mister na divulgação fidedigna de dados e na mobilização popular contra regimes ditatoriais e opressores no Oriente Médio. No Brasil pós-moderno, entretanto, tal ferramenta vem sendo utilizada para manipular os seus usuários, o que — seja pelo cerceamento da liberdade ou pela alienação — viola e ameaça a universalidade democrática e informacional da Nação.
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Mormente, é notório que a possibilidade de livre escolha é comprometida pela ganância financeira. Acerca desse tópico, o escritor José Saramago desenvolveu o conceito de “falsa democracia” — sistema no qual há a ilusão de autonomia pelo povo, porém é o capitalismo que detém, genuinamente, o poder.
Com isso, grandes multinacionais, em posse de dados a respeito dos interesses dos usuários, controlam os anúncios e as informações que serão exibidas a fim de venderem seus produtos. Consequentemente, o indivíduo será coagido a adquirir certas mercadorias e a adotar o padrão comportamental consumista sem que o saiba, pois crê que exerce plenamente a sua liberdade e na confidencialidade da internet.
Além dos interesses capitalistas, vale ressaltar a manipulação ideológica, um agravante. Consoante ao sociólogo Pierre Levy, o “cyberespaço” contribui para democratizar o conhecimento — contudo, ele abre margem para que os fatos sejam desfigurados em prol de ideologias oportunistas.
A título de ilustração, muitas páginas em redes sociais ocultam e modificam informações tendenciosamente com o intuito de persuadir e de alienar o leito. Por conseguinte, este é influenciado negativamente e perde seu senso crítico, sua habilidade de discernimento, passando a agir conforme algoritmos e personalidades virtuais desonestas.
Dessarte, haja vista os malefícios da manipulação virtual, é imprescindível que o Ministério das Comunicações, em ressonância com o Ministério da Ciência e da Tecnologia, aprimore o sistema de gerenciamento on-line e conceda aos brasileiros a opção de terem ou não seus dados manipulados.
Concomitantemente, o ministério deve disponibilizar um site de fácil entendimento que explique as implicações de tal escolha, visando a garantir a liberdade do cidadão e a orientá-lo quanto ao uso consciente do “cyberespaço”. Com tais medidas efetivadas, poder-se-á assegurar a democracia e o uso seguro da internet pela população do País.
obs. Sophia de Vasconcelos Cardoso é aluna do Colégio Motiva e esta foi sua redação no último Enem
Fonte: polemica paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba
