O novo ministro e a eleição em Campina

Nilvan Ferreira

Prego batido e ponta virada. Aguinaldo Ribeiro, do PP, paraibano de Campina Grande, é o novo Ministro das Cidades, do Governo Federal, após confirmação feita pela presidenta Dilma Roussef, na tarde desta quinta-feira, que já pode ser considerado mais um dia histórico para o nosso estado. Aguinaldo sabe do nível de responsabilidade que o cargo impõe. Tem a compreensão de que assume o cargo em meio a uma conjuntura originada após a “fritura” de um ex-ministro que se envolveu em denúncias escandalosas.

Dentro deste contexto, Aguinaldo Ribeiro senta na cadeira de ministro com todas as “lupas” da grande imprensa nacional voltadas para ele, aguardando apenas o primeiro deslize para acionar as suas manchetes. Ele, Aguinaldo, apesar de jovem, é “macaco velho” no ramo da política, sabe que será ministro “pisando em ovos” e que não pode desapontar a Paraíba.

Ao contrário do que muitos já começam a espalhar, não acredito que o novo ministro vá transformar a sua pasta e os recursos que dispõe num instrumento político com a missão de tentar eleger a sua irmã, a deputada Daniella Ribeiro, prefeita da Campina Grande. Negromonte, o ministro que foi demitido, perdeu o cargo por causa das denúncias de uso político do cargo. Aguinaldo não vai querer o mesmo destino que teve o seu colega de partido.

A imprensa nacional vai fazer marcação permanente em torno dos agentes públicos, principalmente do governo federal, quando o assunto é eleição de prefeitos. As cidades de maior destaque, a exemplo de João Pessoa e Campina Grande, serão centros especiais de atenção. E tem mais: que estrutura a médio prazo terá o ministério das cidades, capaz de potencializar uma candidatura? Grande parte dos recursos da pasta são disponibilizados via prefeituras para que as obras sejam concretizadas. Tem muito de mito quando se comenta assuntos deste tipo.

Aguinaldo Ribeiro tem uma missão especial dentro do contexto em que assume uma importante pasta do Governo Federal. Mostrar que é possível um político tocar uma grande estrutura, mantendo o nível de probidade que a sociedade exige e clama dos seus agentes públicos. A sua passagem pelo ministério deve ser lembrada por grandes realizações em defesa da melhoria das condições de vida do povo e não pelo uso eleitoreiro ou pessoal daquilo que pertence a sociedade e nunca a uma família ou agrupamento partidário.