BOMBA: Polícia Federal revela que senador paraibano recebeu propina de R$ 10 milhões

De acordo com a Polícia Federal, o esquema desviou R$ 100 milhões dos cofres da previdência dos servidores das duas estatais. Por envolver figuras com direito a foro privilegiado, a investigação precisa de autorização do STF para ser levada adiante, ressalta a reportagem de Claudio Dantas Sequeira. O inquérito é baseado em depoimento de um funcionário do grupo Galileo Educacional. Segundo a investigação, relata a reportagem, a empresa foi criada por articuladores do esquema para subtrair os recursos do Postalis e do Petros. A revista teve acesso às investigações, cuja tramitação recebeu caráter sigiloso.

 

DILMA46 - RJ - 16/09/2010 - DILMA/RIO - POLITICA OE JT - O candidato do Partido dos Trabalhadores ao Senado, Lindinberg Farias, durante almoço na Associação Comercial do Rio, centro da cidade. Foto: FABIO MOTTA/AGENCIA ESTADO/AE

Um inquérito sigiloso prestes a ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) revela que um golpe praticado contra os fundos de pensão Postalis (Correios) e Petros (Petrobras) pode ter abastecido as contas bancárias do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do seu colega paraibano senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do relator da CPI da Petrobras, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

É o que informa reportagem da revista IstoÉ.

De acordo com a Polícia Federal, o esquema desviou R$ 100 milhões dos cofres da previdência dos servidores das duas estatais. Por envolver figuras com direito a foro privilegiado, a investigação precisa de autorização do STF para ser levada adiante, ressalta a reportagem de Claudio Dantas Sequeira.

O inquérito é baseado em depoimento de um funcionário do grupo Galileo Educacional. Segundo a investigação, relata a reportagem, a empresa foi criada por articuladores do esquema para subtrair os recursos do Postalis e do Petros. A revista teve acesso às investigações, cuja tramitação recebeu caráter sigiloso.

Segundo a IstoÉ, o delator está identificado no inquérito como Reinaldo Souza da Silva. Ele diz que Renan recebeu propina de R$ 30 milhões do que foi movimentado nos desvios, enquanto Lindbergh e Luiz Sérgio embolsaram R$ 10 milhões cada.

“Para desviar os recursos dos fundos de pensão, os acusados, segundo a investigação da PF, montaram o grupo Galileo Educacional a fim de assumir o comando das Universidades Gama Filho e UniverCidade, ambas no Rio de Janeiro, que passavam por dificuldades financeiras. Para fazer dinheiro, o grupo Galileo lançou debêntures que foram adquiridas pelo Postalis e pelo Petros. De acordo com a PF, a operação foi feita apenas por influência política e sem nenhum critério técnico”, diz trecho da reportagem.

Ainda segundo a revista, o dinheiro não era aplicado nas universidades. A reportagem afirma que o mecanismo de desvio consistia na destinação do montante “para um emaranhado de empresas”. Os valores, conforme as investigações iniciais, eram remetidos a Renan, Lindbergh e Luiz Sérgio. “Em pouco menos de um ano, o MEC descredenciou boa parte dos cursos de ambas universidades e os fundos arcaram com o prejuízo”, afirma o texto.

PARLAMENTARES REBATEM

Procurado pelo ‘Congresso em Foco’, Renan negou qualquer participação no esquema, e diz que não tem nem nunca teve qualquer tipo de envolvimento com as instituições mencionadas pela revista.

O deputado Luiz Sérgio negou veemente todas as acusações e diz que ainda precisa ter acesso ao inquérito para se pronunciar de maneira mais adequada sobre o assunto. “A denúncia não passa de declarações, não existe prova contra mim. Sou o maior interessado dessa investigação”, afirmou o petista ao site.

Já Lindbergh Farias disse que a reportagem “não passa de mau jornalismo” e afirmou que sua defesa foi desconsiderada pela revista e divulgada apenas na versão online. Assim como Luiz Sérgio, o senador diz que não há qualquer indício contra ele. “Essa história não tem pé nem cabeça, é um delírio”, ressaltou, acrescentando não ter qualquer ligação com o funcionário do grupo Galileo. Lindbergh disse também que não é investigado, já que o processo não tramita no STF.