Desafio

Vereador desafia irmãos Cartaxo a quebrarem sigilo das contas bancárias

O vereador Bruno Farias (PPS), líder da bancada de oposição na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), desafiou nesta sexta-feira (6) o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e seu irmão, Lucélio Cartaxo (PSD), a abrirem os sigilos bancário e fiscal para provar que não têm envolvimento com o desvio de dinheiro público da obra da Lagoa.

O vereador Bruno Farias (PPS), líder da bancada de oposição na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), desafiou nesta sexta-feira (6) o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e seu irmão, Lucélio Cartaxo (PSD), a abrirem os sigilos bancário e fiscal para provar que não têm envolvimento com o desvio de dinheiro público da obra da Lagoa.

“A abertura dos sigilos bancário e fiscal pode comprovar que os dois não têm participação nos desvios apontados pela Controladoria Geral da União (CGU) e que agora estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF)”, salientou o parlamentar.

Bruno Farias ressaltou ainda que, caso sejam procedentes as denúncias feitas no MPF, o patrimônio de Lucélio é incompatível com a renda percebida nos últimos anos. “Basta uma conferida no Sagres e no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados para checar quanto ele ganhava na Companhia Docas e quanto ganha agora como assessor do deputado Rômulo Gouveia. A aquisição desses dois imóveis no valor de R$ 2 milhões, caso sejam verdadeiros os fatos narrados na Denúncia sigilosa feita ao MPF, não condizem com a renda recebida neste período”, disse.

“Como tenho responsabilidade com a condução desse debate, não posso fazer condenação sumária, daí porque não posso afirmar se procede a aquisição desses imóveis. De toda forma, se eu fosse Luciano e Lucelio, já que falam tanto em transparência e não têm nada a temer, quebraria os meus sigilos bancários e fiscais, além de fazer um apelo para que os parentes e contraparentes, que trabalham ou trabalharam na PMJP, também, abrissem os seus sigilos, para afastar qualquer tipo de dúvida”, acrescentou o parlamentar.

Ontem (5), o Paraíba Já teve acesso com exclusividade a um trecho do inquérito civil que tramita no Ministério Público Federal (MPF) apontando que o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) teria recebido R$ 33 milhões da Compecc, construtora que fez a obra da Lagoa.

O documento traz uma denúncia sigilosa que também cita o nome da esposa do secretário de Cássio Andrade (Infraestrutura da Prefeitura de João Pessoa), Luciana Torres Maroja, que trabalha na Caixa Econômica Federal. De acordo com a documentação, Luciana teria manipulado direta e indiretamente os laudos para a obra da Lagoa, facilitando os desvios de dinheiro da obra.

Segundo a denúncia constante no inquérito do MPF, o prefeito Luciano Cartaxo teria pago R$ 66 milhões – dinheiro da obra da Lagoa e de outros contratos firmados entre a PMJP e com a Compecc – e dividido metade do montante entre ele e o dono da empresa.

O inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF) que investiga o desvio de dinheiro público da obra da Lagoa já está em posse da Polícia Federal (PF).

Ainda de acordo com a denúncia, Lucélio teria recebido R$ 2 milhões do irmão, fruto dos recursos supostamente desviados da obra da lagoa, e comprado dois apartamentos, no bairro do Altiplano, sendo cada um ao preço R$ 1 milhão, valor que seria compatível com seus bens e renda.

A denúncia, recebida pelo procurador Yordan Delgado, responsável pelo inquérito, aponta ainda que recursos da obra teriam sido desviados para favorecer a reeleição do prefeito Luciano Cartaxo e a campanha para senador de Lucélio Cartaxo nas eleições majoritárias de 2014.

O secretário de Comunicação da Prefeitura de João Pessoa, Josival Pereira, nega que a gestão municipal tenha depositado dinheiro na conta do dono da Compecc, mas confirmou que o depósito dos valores para a obra da Lagoa foram depositados na conta da construtora.

O auxiliar do prefeito Luciano Cartaxo disse ainda que a PMJP antecipou cerca de R$ 25 milhões para a construtora como parte do dinheiro federal da obra da Lagoa que demorava para ser repassado, e que até hoje a gestão municipal espera ser ressarcida.

Fonte: Paraíba Já