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Temer pretende conseguir apoio de famosos para a reforma da previdência

A política de comunicação do Governo Federal mudou. A nova orientação de rumos ocorre por interferência direta do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do governo Michel Temer, Moreira Franco.

A política de comunicação do Governo Federal mudou. A nova orientação de rumos ocorre por interferência direta do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do governo Michel Temer, Moreira Franco. A primeira guinada se deu no ano passado quando foi autorizada a liberação de verbas publicitárias para veículos “amigos”.

A estratégia, na ocasião, era “amansar” os caixas das empresas que poderiam ser mais críticas ao Governo. Com a publicidade liberada, na compreensão do Palácio do Planalto, os donos dos grandes meios de comunicação não permitiriam ataques a Temer e seus ministros. A primeira etapa foi considerada um sucesso pelos mais próximos do presidente.

De acordo com levantamento do jornalista Miguel do Rosário, os repasses federais no final do último ano, para a Editora Globo, que edita a revista “Época”, dispararam 586%, na comparação de janeiro/agosto de 2016 com o ano inteiro de 2015. Na média mensal, o crescimento foi de mais de 900%. E os repasses ao Infoglobo, responsável pelo jornal “O Globo”, cresceram 120% este ano; na média mensal, o crescimento foi de 230%.

O que mais chamou a atenção foi a verba destinada a “Caras”: “A editora Caras (…) recebeu R$ 1,55 milhão da Secom nos oito primeiros meses de 2016, um crescimento de 2.473% sobre os valores recebidos no ano inteiro de 2015”.

No dia 9 de março, o site Poder360 publicou que o jornalista Luis Erlanger, 61, passou a atuar na área de comunicação estratégica da gestão do presidente Michel Temer há pelo menos 10 dias. Na prática, ele substitui Ugo Braga na assessoria do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB-RJ).
Ele tem peso em decisões sobre estratégias de comunicação e marketing do governo, hoje comandadas pelo secretário Márcio de Freitas e pelo publicitário Elsinho Mouco.

Luis Erlanger negou em carta ao site:

“Caros, a informação sobre a minha contratação não procede, nem para o suposto cargo. Efetivamente, certamente pela minha experiência de montar e tocar a área de Comunicação da Globo por 13 anos, conversamos sobre uma possível consultoria. Não iria substituir ninguém, nem ficar acima de estruturas – já muito bem montadas. Circulei pelo Palácio do Planalto, para conhecer os processos, mas nada ficou acertado. Peço acusar recebimento”.

O site manteve a sua informação:

A reportagem do Poder360 consultou 6 pessoas do governo que têm acesso ao Palácio do Planalto a respeito da atuação de Luis Erlanger. Todas confirmaram que o jornalista tem trabalhado na área de comunicação e marketing da Presidência da República nos últimos dias.

No dia 7 de abril foi noticiado que “o ex-diretor-geral da Rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, 81, será consultor do governo de Michel Temer. Ele atuará como colaborador na EBC, Empresa Brasil de Comunicação”. O objetivo é buscar o ‘aperfeiçoamento’ do conteúdo veiculado na emissora.

No dia 12 de abril de 2017, o “Estadão” informou que “para atrair votos favoráveis à Reforma da Previdência, o governo federal estaria utilizando a verba destinada à publicidade, principalmente em rádios e TVs. De acordo com reportagem do “Estado de S. Paulo”, a estratégia do Palácio do Planalto seria fazer com que locutores e apresentadores populares, principalmente no Nordeste, falassem de maneira favorável sobre as mudanças. Os veículos de comunicação que aderirem à campanha teriam direito à publicidade federal”.

Segundo o jornal,”os responsáveis pela indicação da mídia que receberá a verba publicitária seriam deputados e senadores. A ideia de conquistar grandes emissoras teria sido concebida pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. No entendimento do governo, os parlamentares, ao direcionarem publicidade para os veículos, ganhariam mais espaço para aparecer nesses meios nas eleições de 2018. Nas palavras de um auxiliar do presidente Michel Temer que teria falado com o “Estadão”, a tática “mata dois coelhos com uma só cajadada”.

Além disso, o governo também estaria apresentando novas propagandas para esclarecer dúvidas a respeito da proposta. Sob o slogan “Previdência. Reformar hoje para garantir o amanhã”, as peças tentariam consertar o que os assessores de Temer definem como “erros” de comunicação.

A cereja do bolo da estratégia do Governo seria a aproximação com comunicadores de massa de projeção nacional como Fausto Silva, o Faustão, (com quem o presidente jantou em separado), Ratinho (que viabilizou a aproximação de Temer e Silvio Santos), o próprio Silvio Santos (que já mandou o SBT exibir campanha a favor da reforma da Previdência e determinou que Raquel Sherazade não comente mais nada de política, agora se sabe, para não atrapalhar os negócios), Gugu Liberato e Luciano Huck (este o Planalto já considera “aliado” por conta das suas posições conservadoras).

Fonte: SRZD