silêncio

Temer evita comentar segunda denúncia ao STF em primeira aparição pública

'Em relação a quê? Ao hospital?', respondeu o presidente ao ser questionado sobre a nova denúncia da Procuradoria Geral da República durante evento no Rio

Na primeira aparição pública após ter sido denunciado pela segunda vez ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer evitou falar sobre a acusação. Ele esteve na manhã desta sexta-feira (15) no Rio para inaugurar o centro de radiocirurgia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC).
O presidente chegou ao IEC por volta das 9h30. Abordado pelo repórter da GloboNews Murilo Salviano em relação à denúncia, Temer respondeu: “Em relação a quê? Ao hospital?”.

Durante o discurso, o presidente também não fez menção ao caso. Os repórteres não puderam entrar na sala onde ocorreu o pronunciamento – apenas fotógrafos e cinegrafistas foram autorizados –, e tiveram de acompanhar a fala por meio de um telão, em outro local.
Após a cerimônia, Temer deixou o instituto sem falar com a imprensa, embora houvesse um púlpito preparado para tanto.

Na segunda denúncia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa Temer dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) só poderá analisá-la se a Câmara autorizar. A primeira denúncia, por corrupção passiva, foi rejeitada pelos deputados.

Outras oito pessoas são alvos da segunda denúncia, entre eles os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Há ainda dois ex-ministros, dois ex-deputados, um empresário e um executivo (saiba o que disseram os denunciados).

De acordo com o procurador, os políticos denunciados (todos do PMDB) arrecadaram mais de R$ 587 milhões em propina, e Temer liderava a organização criminosa investigada. Veja os principais pontos da denúncia.

Em nota, Temer afirmou que a denúncia de Janot é “recheada de absurdos”.
Ministro evita tema.

Também questionado sobre a denúncia, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, desconversou dizendo o foco tem sido governar o Brasil e que as questões jurídicas devem ficar para o Judiciário.

“Nós estamos governando o Brasil. Desde sempre, o presidente Temer teve compromisso com a gestão do nosso país. A inflação muito baixa, os juros caindo, a bolsa com um recorde histórico de valores, a economia vai muito bem, se recuperando, e é essa a nossa obrigação, governar o país. (…) As questões jurídicas ficam para o Judiciário”, afirmou.

Além de Temer e do ministro da Saúde, participaram da cerimônia o vereador César Maia; o ministro de Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy; o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco; o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão; o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; e o secretário de Saúde do Rio, Luiz Antônio Teixeira Jr.

Reforço de R$ 113 milhões à saúde do RJ

Durante a solenidade de inauguração do centro de radioterapia do Instituto Nacional do Cérebro, Temer anunciou um reforço de R$ 113 milhões em repasses da União para aplicação no Sistema Único de Saúde no Rio de Janeiro.

No anúncio desta sexta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que somente o IEC teve ampliado em 55% os repasses do governo federal. Com este aumento, a unidade receberá mais R$ 25,1 milhões por ano para atender à população.

“Aqui é uma ponte para melhorar a saúde do Rio e do país. Ainda pode servir de exemplo para outros hospitais públicos”, disse Temer.
Segundo o secretário de Saúde do RJ, Luiz Antônio Teixeira Jr., os R$ 113 milhões disponibilizados pela União vão ajudar a reabrir Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que estavam fechadas.

 

Fonte: G1