POSSE DE MADURO

'TEM NOSSO APOIO': Presidente paraibano defende ida de Gleisi Hoffmann à Venezuela

Macêdo falou ainda sobre a intolerância do governo brasileiro em relação a parcerias com a Venezuela

“Tem nosso apoio. Aquele país sofre embargo violento dos países da América do Sul e dos Estados Unidos”, foi com essa afirmação que o presidente do Partido dos Trabalhadores na Paraíba (PT-PB), Jackson Macêdo se referiu a decisão do PT Nacional de enviar um representante do partido para prestigiar a posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro nesta quinta-feira (10) em Caracas.

“Acertada decisão. O PT considera o governo da Venezuela como aliado do nosso projeto como foi aliado do governo de Lula e de Dilma. E diferente do que muita gente acha e pensa, Maduro disputou eleição na Venezuela, lá diferente de outros regimes, o processo é eleitoral, as pessoas saem de casa vão para as urnas e votam. Agora, existem interesses estrangeiros em torno da Venezuela, e de modo muito especial em torno do petróleo venezuelano. Interesses americanos e o país passa por aquela crise econômica que passa porque sofre um embargo violento dos países da América do Sul e dos Estados Unidos, como Cuba sofre a 50 anos”.

Macêdo falou ainda sobre a intolerância do governo brasileiro em relação a parcerias com a Venezuela.

“Nós não podemos aceitar que o regime brasileiro que agora tomou posse, trate a Venezuela como adversário. A Venezuela é um importante aliado do nosso país, como sempre foi. O Brasil exportou para a Venezuela, o país fez parceria com a Venezuela sobre a questão do petróleo desde a época de Hugo Chavez e lá o regime é eleitoral, todos votam e escolhem o presidente e Maduro foi eleito presidente e foi reeleito. É acertada a decisão do PT Nacional de mandar um representante porque é um governo aliado e parceiro do nosso projeto político”.

Na ocasião, Macêdo aproveitou a oportunidade para repreender a subserviência de Bolsonaro aos Estados Unidos.

“Não podemos achar correto Bolsonaro falar alto com a Venezuela e falar baixo e mansinho com os Estados Unidos. É brabo contra a Venezuela, tem disposição contra a Venezuela, mas contra os Estados Unidos presta continência para a bandeira americana e puxa o saco dos dirigentes americanos. Então, um governo que trata a Venezuela um parceiro do nosso país já há muito tempo dessa forma, é um governo que você desconfia”.

Saiba mais

A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal eleita Gleisi Hoffmann, anunciou que estará presente na posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro nesta quinta-feira (10) em Caracas. O mandato é questionado por boa parte da comunidade internacional – incluindo o governo atual brasileiro que, junto de mais 12 países da região, firmaram um documento em que pedem que Maduro não assuma o mandato.

“O Partido dos Trabalhadores (PT) rechaça o intervencionismo e a posição agressiva do atual governo brasileiro contra o país”, diz uma nota publicada no site do partido na tarde da quarta-feira e assinada por Gleisi.

A nota postula vários argumentos para o comparecimento da presidente do partido na posse de Maduro, tal como a discordância do PT em relação às sanções impostas à Venezuela por parte dos Estados Unidos.

“Para deixar claro que não concordamos com a política intervencionista e golpista incentivada pelos Estados Unidos, com a adesão do atual governo brasileiro e outros governos reacionários. Bloqueios, sanções e manobras de sabotagem ferem o direito internacional, levando o povo venezuelano a sofrimentos brutais”, diz um dos tópicos do texto explicando o porquê da presença do PT na posse.

O partido ainda reiterou que reconhece a eleição de Maduro por meio do voto popular. O pleito foi contestado pela comunidade internacional, pela oposição venezuelana e por parte da população do país, que não veem legitimidade na reeleição de Maduro.

Além de Hoffmann, chefes de Estado e representantes de países estarão presentes na posse do presidente venezuelano. Entre eles o mandatário boliviano, Evo Morales, que também compareceu à posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Além de Morales, Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, e Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, estarão na posse. O ministro da Agricultura da China, Han Changfu, e o vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, representarão seus países.

 

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba