Citados em delações

SUSPEITOS NO COMANDO: Congresso escolhe "sucessores" de Temer; favoritos são citados na Lava Jato

O Congresso escolhe nesta semana quem vai comandar a Câmara e o Senado pelos próximos dois anos. Mais que isso, os parlamentares decidirão quem serão os primeiros na linha sucessória da Presidência da República --ou seja, que podem assumir o lugar de Michel Temer (PMDB) caso este deixe o cargo antes do fim de seu mandato ou viaje para fora do país.

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Eunício (à esq.) e Maia são favoritos na disputa pelo comando de Senado e Câmara

O Congresso escolhe nesta semana quem vai comandar a Câmara e o Senado pelos próximos dois anos. Mais que isso, os parlamentares decidirão quem serão os primeiros na linha sucessória da Presidência da República –ou seja, que podem assumir o lugar de Michel Temer (PMDB) caso este deixe o cargo antes do fim de seu mandato ou viaje para fora do país.

No Senado, a expectativa é pela eleição de Eunício Oliveira (PMDB-CE) nesta quarta-feira (1º). No dia seguinte, é a vez da Câmara, que deve reeleger Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ambos são da base de apoio ao governo e citados em delações da Operação Lava Jato.

Nas duas Casas, o presidente é eleito por maioria simples. As votações são secretas.

Como Temer não tem vice, o primeiro na linha de sucessão é o presidente da Câmara. Depois, vêm o presidente do Senado e a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em busca de consenso
Eunício Oliveira é tido como o grande favorito para assumir o comando da Casa. Nas últimas semanas, o cearense tem intensificado as conversas com governo e oposição para tentar criar um consenso em torno de seu nome. Em troca, os principais partidos devem receber cargos na Mesa Diretora.

Eunício foi deputado federal por três mandatos e está no Senado desde 2011. Entre 2004 e 2005, foi ministro das Comunicações no governo Lula. Na eleição de 2014, quando perdeu a disputa para o governo do Ceará, declarou patrimônio de R$ 99 milhões ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em dezembro, declarou a Temer e a parlamentares que pretende fazer uma gestão voltada para a conciliação entre os três Poderes. Para buscar apoio dos partidos, o senador afirmou em conversas reservadas que não é “da turma do Renan”.

No entanto, em denúncia contra Renan Calheiros por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que Eunício é “notório aliado” do presidente do Senado.

Citado em delações
Em sua delação no âmbito da operação Lava Jato, o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho listou Eunício –apelidado de “Índio”– entre os parlamentares que receberam dinheiro para aprovar uma medida provisória de interesse da empresa. O senador teria levado R$ 2 milhões. Eunício diz que jamais recebeu dinheiro para aprovar projetos e que os recursos recebidos foram declarados e aprovados pela Justiça.

O peemedebista também foi citado na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), no trecho em que detalha a influência do PMDB no setor de minas e energia por meio de supostos esquemas de propina. Eunício nega envolvimento em ambos os casos.

Até o momento, o único adversário de Eunício é José Medeiros (PSD-MT), também da base do governo. O mato-grossense assumiu a vaga no Senado em 2015, como suplente de Pedro Taques (PSDB), eleito governador do Estado.

Fonte: Do UOL, em Brasília
Créditos: Bernardo Barbosa