opinião

Ricardo Coutinho 'ipsis litteris' - Por Gildo Araujo 

Desde quando assumiu o governo do Estado em 2011, Ricardo Vieira Coutinho saiu do anonimato para mostrar todo o seu protagonismo.

Ao assumir a sua gestão, trouxe para si a seriedade do controle de uma administração estadual, acabando com os diversos tipos de apadrinhamentos políticos existentes antes de 2011. Sem medir esforços, criou em diversas regiões os chamados orçamentos participativos, quebrando paradigmas e domínios políticos de alguns deputados da região.

Depois do primeiro alvo alcançado, vendo que alguns deputados começavam a se sentir ameaçados em suas bases eleitorais, o Governador resolveu então chegar com sua força ao Poder Legislativo e “impôs” uma estratégia que era a de eleger para a mesa diretora membros de sua confiança. O objetivo foi atingido quando em seu segundo mandato elegeu numa cajadada só para presidir a Assembleia Legislativa: o Deputado Adriano Galdino(PSB), para o primeiro biênio (2015 e 2016) e o Deputado Gervásio Maia, para o segundo biênio (2017 e 2018).

E não parou por aí. Nas eleições de 2018 para Governador, conseguiu eleger em primeiro turno, com extrema vantagem de votos, o seu candidato João Azevedo, até então “anônimo” na política. Após a conquista, muitos pensaram que por estar no final de mandato, Ricardo não iria mais se interessar pela futura eleição da Presidência do Poder Legislativo, e assim os parlamentares começaram a articular entre si em busca de um entendimento entre seus pares.

De forma inesperada, os parlamentares foram surpreendidos pela reação do Chefe do Executivo em virtude de uma articulação que estava sendo feita sem a sua participação, e também sem a presença do futuro Governador João Azevedo.

Dado os transtornos, eis que a votação para a mesa diretora da Assembleia Legislativa teve que recomeçar do zero, pois essa foi a orientação do Governador Ricardo Coutinho, que chamou o feito à ordem; já que os ânimos que andavam acirrados deveriam ficar amenos. E assim foi feito.

Tudo isso mostra que Ricardo, apesar de estar em final de mandato, continua ditando as regras; reflexo de um futuro prestígio que o Governador terá no governo de João Azevedo. Ao que parece, o Governador continuará sendo o comandante do Projeto, além é claro, da possibilidade de Ricardo vir a ser, novamente, o futuro Prefeito de João Pessoa.

Diante de tudo isso, podemos observar que quem tiver prestígio com o (ainda) Governador Ricardo Coutinho terá as portas do Estado abertas, e quem se rebelar contra, pagará pelo erro cometido. Assim é a política.

Continuaremos acompanhando a nossa política para ver o que é que vem no próximo capítulo.

Fonte: Gildo Araujo 
Créditos: Gildo Araujo