vinho da paz

RENAN ESTÁ DE QUE LADO? O grupo de Temer cobra motivo de jantar entre Renan e petistas

A segunda parte da tomada de depoimentos do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, na sessão do impeachment de hoje (27), terminou sendo marcada por um debate que insuflou os bastidores do Congresso desde a noite de ontem. E que levou a comemorações por parte dos contrários ao afastamento da presidenta afastada Dilma Rousseff e semblantes preocupados por parte da base aliada do governo provisório de Michel Temer

Desconfortável, grupo de Temer cobra motivo de jantar entre Renan e petistas
Nos bastidores, contrários ao impeachment dizem que Renan se manterá “neutro” e seu confronto com Gleisi “está encerrado”. Peemedebistas desconversam e dizem que senador “já tem tudo pensado”
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Brasília – A segunda parte da tomada de depoimentos do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, na sessão do impeachment de hoje (27), terminou sendo marcada por um debate que insuflou os bastidores do Congresso desde a noite de ontem. E que levou a comemorações por parte dos contrários ao afastamento da presidenta afastada Dilma Rousseff e semblantes preocupados por parte da base aliada do governo provisório de Michel Temer. Tudo por conta do que pode ter sido discutido no jantar realizado entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores petistas Lindbergh Farias (RJ) e Jorge Viana (AC). Muita gente considerou o encontro uma reaproximação de Renan com o PT e o tema chegou até a ser “cobrado” no plenário da Casa.

Para alguns senadores, quem tinha feito o convite para o jantar tinha sido o próprio presidente do Senado, com o argumento de que, depois da crise provocada pela discussão pública entre ele (Renan) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), era preciso que “tomassem o vinho da paz”. Lindbergh Farias, no entanto, negou que o jantar tenha sido organizado dessa forma. Disse que ele e Viana procuraram o colega para reclamar do tratamento que tinha sido dado em relação a Gleisi.

Lindbergh aproveitou para ressaltar, do plenário do Senado, o trabalho observado pelas mulheres integrantes do Legislativo que têm, segundo ele, “se desdobrado para defender a presidenta Dilma Rousseff  e sido alvo de críticas injustas e variadas pelos colegas”. “Cito nesta lista Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Lídice da Mata (PSB-BA), Kátia Abreu (PMDB-TO) e tantas outras”, destacou o senador em resposta ao colega Magno Malta (PR-ES), que lhe perguntou publicamente qual tinha sido mesmo o objetivo do encontro.

Dubiedade de Renan
Em conversas reservadas entre os petistas, as notícias são de que, com a conversa de ontem, Renan Calheiros voltou a manter sua posição de dubiedade e prometeu aos colegas que ainda não sabe se vai votar na sessão do impeachment. Caso ele se abstenha, com a justificativa de que vai manter a neutralidade da sua condição de presidente do Congresso Nacional, além de representar um voto a menos pelo impeachment da presidenta afastada, Renan também proporcionará uma situação de fragilidade para a base aliada de Michel Temer.

O senador alagoano sempre fez parte de uma ala adversária de Temer dentro do PMDB e os peemedebistas no Congresso vêm trabalhando há semanas para que ele dê seu voto durante a sessão e se assuma como apoiador do governo provisório. Tanto é que a discussão observada ontem entre Renan e Gleisi chegou a ser comemorada dentro do Palácio do Planalto, segundo contaram alguns assessores do Executivo.

A conversa dos petistas com o presidente do Senado, entretanto, segundo confirmaram alguns integrantes do PT, não foi amena durante todo o tempo. Começou com reclamações feitas por Renan de que ele tem feito tudo para se manter imparcial em todo o processo, passou argumentos de que apreço por Dilma Rousseff e, ao mesmo tempo, por queixas de que nas últimas semanas só teria, conforme sua própria linguagem, “levado patadas do pessoal do PT durante os discursos”.

O diálogo teria sido amenizado, segundo fontes ouvidas pela RBA, com promessas pelos senadores ligados a Dilma de que farão um trabalho em conjunto com o alagoano, nos próximos meses, no Congresso, bem como ponderações de que os petistas são mais ligados a ele (Renan) do que a ala do PMDB que está hoje no Palácio do Planalto.

A reunião contou com uma ausência: do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que também foi convidado, mas se desculpou dizendo que não poderia jantar com os colegas em função de outro encontro.

E foi minimizada pelos peemedebistas ligados ao governo provisório que disseram que Renan Calheiros “pensa muito, antes de tomar qualquer atitude”. Um deputado do PMDB, próximo a Renan, chegou a se desculpar afirmando que “quem o conhece bem, sabe que ele já tem armado na cabeça toda a maneira como vai atuar nos próximos dias”. “Não acredito em nada dessa história que está sendo contada pelos senadores que estiveram nesse jantar”. Renan Calheiros, no entanto, nem confirmou nem negou nada, bem ao seu estilo

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/
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