opinião

O chamamento da oposição e o protagonismo de Luciano Cartaxo – Por Felipe Nunes

"Outro detalhe que merece atenção são as informações sobre um possível namoro entre Luciano e o Partido Verde"

A desistência do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), em disputar o governo do Estado, endossa ainda mais a tese do “Volta, Luciano” e aumenta muito a pressão sobre Cartaxo, para que ele volte atrás e entre novamente no páreo eleitoral.

As últimas movimentações em torno dessa tese mostra, indubitavelmente, que o prefeito da capital é o maior protagonista dessa pré-campanha pelo Palácio da Redenção. Mas o que deveria ser motivo de glória para ele, certamente o coloca em um dilema sem precedentes.

A principal interrogação que Cartaxo deve estar fazendo a si mesmo é: será que vale a pena confiar no grupo oposicionista, que teve todo tempo do mundo para decidir seu candidato, mas que mostrou-se pouco afinado, ao ponto de boicotar a candidatura que liderava as pesquisas?

A candidatura de Romero Rodrigues, tendo em vista as circunstâncias de sua desistência, parece que não era pra valer. Essa vaidade, apesar de legítima, acabou por barrar a candidatura mais competitiva, pondo em xeque o discurso e as chances de vitória da oposição. Cartaxo certamente vai lembrar disso em suas reflexões.

A candidatura do senador José Maranhão (MDB), por outro lado, parece firme desde que ele ganhou apoio da cúpula nacional do seu partido. A postuação do ex-governador é legítima, porém não se pode negar que ela desestabiliza a pretensão das oposições, pondo em risco as chances de Luciano de vencer a corrida. Além do mais, ninguém sabe quem o senador Maranhão deve apoiar no segundo turno, caso ele mesmo não esteja na segunda etapa da corrida.

Agora, ao passo que Romero desiste da candidatura, o vice-prefeito Manoel Júnior sinaliza que pretende disputar o governo se Cartaxo mantiver seu último posicionamento. E quer o apoio do prefeito. Na verdade, é mais um meio de pressioná-lo a voltar atrás.

O assédio não vem somente da oposição. No governo, há nomes que torcem por um entendimento entre o prefeito e o governador. As conversas não foram descartadas por nenhum dos lados. Há quem aposte na tese de que Lucélio Cartaxo integrará a chapa da situação. Esse item também vai pesar na balança de Cartaxo, claro, se houver entendimentos.

Por fim, outro detalhe que merece atenção são as informações sobre um possível namoro entre Luciano e o Partido Verde. O prefeito estaria propenso a assumir o comando da sigla aqui na Paraíba. Se essa tese for verdadeira, as intenções de Cartaxo ficam, a princípio, indecifráveis.

A maior certeza é que, se está difícil para nós, jornalistas, prever qual será a solução desse dilema, mais difícil será para Cartaxo, que tem a caneta na mão e não quer correr o risco de vê-la cair entre os próprios dedos.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Felipe Nunes