Ninguém sabe como fazer campanha sem a doação de empresas: "Como fazê-la com a nova lei ?"

Em bom português, os candidatos e partidos continuam imaginando uma campanha com caixa dois, embora não saibam exatamente como esconder a grana numa campanha que será obrigatoriamente mais barata que as últimas. E também mais facilmente vigiada: o candidato que declarar despesas baixas e botar na rua, por exemplo, 50 carros de som terá problemas para explicar.

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POR LAURO JARDIM

Os partidos, candidatos e marqueteiros só têm um assunto quando falam da campanha deste ano: como fazê-la com a nova lei, que proíbe a doação de empresas (só vale a de pessoas físicas)?

Ninguém tem uma resposta. Estão todos os envolvidos num estado que beira o desespero. Diz um marqueteiro experiente, guardado obviamente pelo anonimato: “quem chega para conversar comigo, vem no modelo antigo”.

Em bom português, os candidatos e partidos continuam imaginando uma campanha com caixa dois, embora não saibam exatamente como esconder a grana numa campanha que será obrigatoriamente mais barata que as últimas. E também mais facilmente vigiada: o candidato que declarar despesas baixas e botar na rua, por exemplo, 50 carros de som terá problemas para explicar.

Um presidente de partido prevê que, por isso, aumentará a campanha subterrânea, na internet, mais difícil de ser identificada. Certo mesmo é que os marqueteiros terão que se adaptar, fazendo campanhas de TV mais em conta.

Mas ainda assim, fica a pergunta: as pessoas físicas vão doar o suficiente para bancar uma campanha? A sete meses da eleição, nenhum partido tem essa resposta.

Fonte: Agência O Globo
Créditos: Marco Antônio Rezende