Não é à-toa que o governador Ricardo Coutinho tem feito forte e contundente defesa da presidente - Por Josival Pereira

Análise: crise pode fazer desmoronar tripé bem sucedido da gestão ricardo coutinho

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ANÁLISE: CRISE PODE FAZER DESMORONAR TRIPÉ BEM SUCEDIDO DA GESTÃO RICARDO COUTINHO
Por Josival Pereira

Do Portal Tambaú 247

Pode-se gostar ou não do estilo do governador Ricardo Coutinho de fazer política ou de administrar, mas não se pode dizer que não seja um bom gestor de recursos públicos. Preocupa-se com o equilíbrio fiscal, busca receitas, é austero e pagador.
Usando de boa argúcia, conseguiu montar um plano de trabalho que acabou dando bons resultados em sua primeira gestão. O tripé era controlar gastos, apertar na cobrança de impostos para pagar a folha, o custeio da máquina e as contrapartidas e carrear recursos de fora para as obras.
Beneficiou-se do início, na gestão anterior, da construção do centro de convenções, de um aprovado empréstimo para a construção de rodovias e de dois empréstimos junto ao BNDES – um em execução e outro para ser liberado. Trocou metas, concluiu o primeiro e liberou o segundo. Bastante dinheiro, liberado por ter juntado recursos do tesouro estadual para pagamento de contrapartidas e competência.
Daí as muitas obras de saneamento e abastecimento, rodovias, além de outras com verbas federais. Deu certo. Mas este bem articulado plano de gestão do governador Ricardo Coutinho encontra-se em risco.
Mais ou menos assim: o governo federal fechou os cofres e as obras que dependem de recursos da União têm futuro incerto. Além disso, o pedido de dois empréstimos, cada um de 250 milhões de dólares, está enganchado em Brasília. Depende do governo federal, que não libera por causa da crise. Assim, o Estado vem consumindo suas próprias reservas para as obras não paralisarem completamente. Mas, como se sabe, os bolsos do Estado são rasos e não aguentam.
As receitas estaduais estão caindo. Em agosto de 2013, o crescimento das receitas próprias do Estado chegou a 15,97%; no mesmo período de 2014 foi de 12,83% e, agora, em agosto de 2015, foi de apenas 4,9%.
Com o apoio da Assembleia, o governo tenta garantir novas receitas para a travessia da crise. O refinanciamento de dívidas pode gerar R$ 50 milhões e o aumento de impostos talvez outros R$ 50 milhões. São recursos que sustentam o governo (folha, custeio, obras de menor porte), mas não seguram o tripé das obras.
Deste modo, sem os empréstimos e com a minguada transferência de verbas federais, o grande plano de obras do governador pode estar comprometido.
Não é à-toa que o governador Ricardo Coutinho tem feito forte e contundente defesa da presidente Dilma Rousseff. Quer pelo menos a liberação dos empréstimos, que somariam hoje cerca de R$ 1,9 bilhão (reais). O suficiente para a Paraíba surfar na crise. Sem isso, o bem articulado plano de gestão do governador Ricardo Coutinho pode desmoronar.
A crise desnuda a Paraíba e o governo: falta o essencial projeto de desenvolvimento estratégico e sustentável.

Autor: Josival Pereira