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LICENÇAS FALSAS? CRM irá apurar a legitimidade de licenças do deputados na ALPB

Jullys Roberto tirou licença para tratamento de saúde. Ela alega problemas em decorrência de uma cirurgia bariátrica. Foto: Roberto Guedes/ALPB

O presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), João Medeiros, anunciou nesta sexta-feira (11) a abertura de uma sindicância para investigar as licenças médicas concedidas a deputados estaduais. O último beneficiado com a medida foi o deputado estadual Jullys Roberto (PMDB). Ele deixa a Casa por 121 dias para a realização de uma cirurgia bariátrica. O parlamentar dará lugar, com a sua saída, para a chegada ao Legislativo do suplente Aníbal Marcolino (PSD). Roberto, em declarações dadas após a licença, admitiu que sua decisão foi balizada pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) e pela base aliada. Marcolino, de oposicionista ferrenho, vai para a Assembleia como governista.

“O Conselho Regional de Medicina tomou conhecimento (da licença) através da mídia e vai solicitar ao médico da Assembleia ou ao médico que concedeu o atestado esclarecimentos sobre o mesmo. Naturalmente, nós vamos investigar isso aí”, ressaltou João Medeiros. O dirigente da entidade relatou que caso seja verificada alguma irregularidade, poderá ser aberto processo ético contra o médico. “Ele poderá ser advertido eticamente”, ressaltou. Medeiros ressaltou que outros casos de licença poderão entrar no radar das investigações. Em caso recente, o deputado Zé Paulo (PSB) justificou seu afastamento da Casa alegando “triglicerina altíssima”.

Para justificar o pedido de licença feito nesta quinta-feira (10), Jullys Roberto explicou que decidiu se afastar por que vinha enfrentando problemas de saúde. Ele realizou uma cirurgia bariátrica há 12 anos. Apesar dos sintomas alegados agora, admite que só vai se submeter a uma bateria de exames em setembro. A licença é de 121 dias. O parlamentar, vale ressaltar, poderia se aconselhar com o deputado federal Rômulo Gouveia (PSD) sobre onde realizar o procedimento com maior brevidade. O pessedista foi submetido a cirurgia bariátrica em abril e não tirou mais do que dez dias de licença na Câmara dos Deputados. Alegou, na época, que fazia isso por sua responsabilidade com a função pública.

“Triglicerina alta”

Outro caso que deverá ser alvo da sindicância do CRM-PB é o do também deputado estadual governista Zé Paulo (PSB). Ele tirou licença em março deste ano alegando “triglicerina altíssima”. Com a licença do parlamentar, ele deu lugar à posse do suplente Cabo Sérgio Rafael, do PCdoB. A sigla era o partido de Zé Paulo até pouco antes das eleições do ano passado, quando ele disputou a prefeitura de Santa Rita e foi derrotado pelo atual prefeito, Emerson Panta (PSDB).

Créditos: Jornal da Paraíba