Cássio foi citado na delação premiada pelos ex-executivos da Odebrecht Alexandre José Lopes Barradas e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Barradas chegou a dizer, em depoimento, que o parlamentar paraibano relutou em aceitar o dinheiro via “caixa 2”, mas acabou recebendo ao ser informado de que esta seria a única forma de ter acesso à contribuição. A versão repassada por Fernando Reis foi no sentido oposto, com a alegação de que o tucano já teria procurado o financiamento por meio de “caixa 2”. O codinome atribuído ao senador, segundo os delatores, era “Prosador”.
De acordo com Fernando Reis, a empreiteira esperava como contrapartida, caso Cássio Cunha Lima fosse eleito, a oportunidade de a empresa prospectar o investimento em saneamento básico na Paraíba, sugerindo a privatização ou terceirização do setor. O delator ressaltou que processo semelhante chegou a ser autorizado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) em período anterior, mas o socialista desistiu da medida, temendo reação dos sindicatos ligados à Cagepa.
Defesa
O senador Cássio Cunha Lima divulgou vídeo ainda na semana passada com a defesa de que as investigações ocorram. Ele alegou que todas as doações que recebeu na campanha de 2014 foram declaradas à Justiça Eleitoral. Na lista de doações do parlamentar, na época, aparecer R$ 200 mil repassados pela Braskem, empresa ligada ao Grupo Odebrecht. No vídeo de Cássio, ele nega beneficiamento ilegal e defende que haja a investigação das denúncias.