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Lava Jato: Supremo manda para a Polícia Federal inquérito contra Cássio

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou para a Polícia Federal o inquérito contra o senador Cássio Cunha Lima (PSDB). O parlamentar paraibano foi alvo de delação premiada de ex-executivos da construtora Norberto Odebrecht, que atribuíram a ele o recebimento de R$ 800 mil via “caixa 2” nas eleições de 2014. Naquele ano, o hoje vice-presidente do Senado disputou o governo do Estado contra Ricardo Coutinho (PSDB), que conseguiu a reeleição.

Cássio foi citado na delação premiada pelos ex-executivos da Odebrecht Alexandre José Lopes Barradas  e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Barradas chegou a dizer, em depoimento, que o parlamentar paraibano relutou em aceitar o dinheiro via “caixa 2”, mas acabou recebendo ao ser informado de que esta seria a única forma de ter acesso à contribuição. A versão repassada por Fernando Reis foi no sentido oposto, com a alegação de que o tucano já teria procurado o financiamento por meio de “caixa 2”. O codinome atribuído ao senador, segundo os delatores, era “Prosador”.

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De acordo com Fernando Reis, a empreiteira esperava como contrapartida, caso Cássio Cunha Lima fosse eleito, a oportunidade de a empresa prospectar o investimento em saneamento básico na Paraíba, sugerindo a privatização ou terceirização do setor. O delator ressaltou que processo semelhante chegou a ser autorizado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) em período anterior, mas o socialista desistiu da medida, temendo reação dos sindicatos ligados à Cagepa.

Defesa

O senador Cássio Cunha Lima divulgou vídeo ainda na semana passada com a defesa de que as investigações ocorram. Ele alegou que todas as doações que recebeu na campanha de 2014 foram declaradas à Justiça Eleitoral. Na lista de doações do parlamentar, na época, aparecer R$ 200 mil repassados pela Braskem, empresa ligada ao Grupo Odebrecht. No vídeo de Cássio, ele nega beneficiamento ilegal e defende que haja a investigação das denúncias.

Fonte: Jornal da Paraíba
Créditos: Suetoni Souto Maior