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Lava Jato: PF conclui inquérito sobre caixa 2 de Cássio e caso está com o STF

Barradas contou que conversou “rapidamente” com Cássio em seu gabinete

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito 4386, que apura denúncia de recebimento de R$ 800 mil em caixa 2, pelo senador tucano, Cássio Cunha Lima, nas eleições de 2014. Após a conclusão o inquérito foi encaminhado para o ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Fachin, que de imediato fez o despacho dos autos para a Procuradoria Geral da União (PGU) emitir o seu parecer. O próximo passo a ser percorrido pelo inquérito será voltar para o Supremo.

Em uma homenagem singela ao seu pai, o poeta Ronaldo Cunha Lima, “Prosador” e “Trovador” foram os apelidos usados para identificar Cássio, na lista de recebimento de propina da Odebrecht.

Em vídeo divulgado na imprensa, o ex-presidente da Odebrecht ambiental, Fernando Reis, confessa que negociou com o senador paraibano o repasse de 800 mil reais, via caixa dois, nas eleições de 2014. O dinheiro foi liberado em duas parcelas de 400 mil.

Em homenagem ao pai

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) ganhou o apelido de “Trovador” nas planilhas da Odebrecht em homenagem ao seu pai, o ex-governador e poeta Ronaldo Cunha Lima. A informação é do ex-diretor Superintendente da Bahia do grupo Odebrecht, Alexandre Barradas, em depoimento à Procuradoria Geral da República após acordo de delação premiada.

Segundo Barradas, a doação ao então candidato a governador tinha objetivo de receber como
contrapartida de realizar obra de saneamento na Paraíba, que não contava com o apoio do governador à época, Ricardo Coutinho.

Ao decidir fazer oposição a Ricardo, já em 2014, Cunha Lima sinalizou a Barradas que contava com a “ajuda” da Odebrecht. “Seria inverdade dizer que ele me pediu dinheiro, mas mostrou a sua necessidade de ter ajuda e ajuda financeira”, declarou o delator.

Barradas contou que conversou “rapidamente” com Cássio em seu gabinete, no Senado, entre março e abril de 2014. Os dois teriam se encontrado outras três ou quatro vezes, geralmente no Senado, porém a entrega da quantia, parcelada em duas vezes de R$ 400 mil, teria sido feita a um funcionário do senador chamado Luís, em um hotel de Brasília. Barradas informou ainda que o senador ganhou dois apelidos, “trovador” e “prosador”, pois o pai do parlamentar Ronaldo Cunha Lima, era um “grande poeta”.

Fonte: Estadão