DEBATE

Juristas discordam de projeto 'Escola Sem Partido' e afirmam importância de debates nas salas de aula

"É importante que haja instrução para ensinar", disse Manolys Passerat

master news 28O programa Master News desta quinta-feira, 28, debateu a importância das mídias sociais para a vida das pessoas e quais os limites da internet na atualidade, nos diversos âmbitos. Participaram da conversa o procurador-geral da Paraíba Gilberto Carneiro, o publicitário Max Leal, e os advogados Manolys Passerat e Felipe farias.

Os convidados conversaram sobre a liberdade que as pessoas têm nas mídias para falar sobre assuntos polêmicos e, por vezes, acabam exagerando e ofendendo terceiros, que podem ingressar com ações na justiça para punir o agressor. Eles concordam que a internet facilitou o contato de pessoas de todos os lugares do mundo e destacaram os perigos de pessoas que querem se envolver até com esquemas criminosos como o Estado Islâmico.

“Quando poderiamos imaginar que haveria um paraibano sendo suspeito de envolvimento vom grupo terrorista, neste período, muitas pessoas realizam crimes sozinhos porque simpatizam com o ponto de vista do esquema criminoso”, pontuou Max Leal.

Questionados sobre o projeto ‘Escola Sem Partido’, o procurador Gilberto disse que uma lei como esta “sou contra, eu li o projeto, ele traz a obrigatoriedade de fixar um cartaz em sala de aula com diversas restrições exageradas e ameaçadoras com o professor, é a retirada da liberdade de expressão do professor, todo abuso tem que ser repelido, não cabe ao professor fazer uma doutrinação religiosa ou política na sala de aula, mas é importante que haja discussões sobre diversos temas com os alunos”, explicou. Ele citou que os debates são normais e salutares entre alunos e professores, “isso intimida o desenvolvimento do aluno”.

Felipe Farias disse que “o professor é um mestre, que tem perdido o respeito que os alunos tinham em outros tempos, o debate de temas diversos contribui para a formação do aluno, o projeto de lei vem como uma forma de engessar o professor e limitar a criatividade e a forma de abordagem do educador em sala de aula”, opinou.

Manolys destacou que é importante diferenciar a formação do cidadão com doutrinação política, “é importante que haja instrução para ensinar a a criança a pensar, mas a doutrinação partidária é própria de regimes totalitaristas e não é correto, isso tem que ser diferenciado e analisado a fundo”, pontuou.

Já Max Leal afirmou que teve vários professores de quem ele discordava em sala de aula e havia debates neste sentido, “a escola é o lugar onde deve haver a discussão de pontos de vista, as discussões e debates têm que ser estimulados, não se pode doutrinar pessoas em sala de aula, o problema não é do professor, o problema que eu vejo é do legislador”, finalizou.
Créditos: Polêmica Paraíba