caso tríplex

Intimação para depor sobre ocupação de tríplex é intimidação, diz Boulos

O pré-candidato à Presidência pelo PSOL e coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (7) na sede da Polícia Federal de São Paulo no inquérito que investiga a invasão por integrantes do movimento do tríplex no Guarujá (SP). O imóvel foi o ponto central do processo que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão.

Acompanhado de deputados do PSOL, Boulos classificou a intimação da PF para o depoimento como uma tentativa de intimidação. “Recebi a intimação por conta da ocupação feita no tríplex do Guarujá. É evidente que essa é uma tentativa de criminalizar os movimentos sociais e de intimidar minha pré-candidatura presidencial. Entendo isso como um gesto político da PF, lamentavelmente”, declarou antes de entrar no prédio da PF.

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O tríplex foi invadido por algumas horas, em abril, por um grupo de sem-teto, sem a presença de Boulos. “Não estive na ação, porque estava em atividades da nossa pré-campanha, embora considere a ação legítima e me orgulhe da ação do movimento social. Foi uma ação que ajudou a denunciar uma farsa judicial que levou o ex-presidente Lula injustamente à cadeia”, disse a jornalista em entrevista após o depoimento.

O imóvel do Guarujá (SP) é o epicentro da prisão de Lula, que está na carceragem da PF em Curitiba desde 7 de abril passado. Ele foi condenado a 12 anos e um mês de reclusão porque teria recebido o imóvel em troca de facilitações à empreiteira OAS em contratos com a Petrobras. Desde o início da acusação do MPF (Ministério Público Federal), o petista nega que seja dono do imóvel.

Ele disse não saber como um inquérito policial é aberto sobre uma ocupação sem que haja uma reclamação do proprietário. “Lá no depoimento nós dissemos que não há qualquer tipo de reclamação de um suposto proprietário. É uma propriedade privada e se abre um inquérito de reclamação de ocupação sem a reclamação do proprietário. Nós seguimos querendo saber quem é esse proprietário”, afirmou.

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Para ele, a ação do MTST não deve ser tratada no âmbito de um inquérito criminal, mas “no âmbito do debate político”. “Uma ação política não deve ser tratada como caso de polícia”, disse.

Deputados acompanham líder do MTST à PF

Presentes hoje com o presidenciável na PF, os deputados federais Luiza Erundina e Ivan Valente, ambos do PSOL, reforçaram a narrativa de intimidação feita pelo pré-
candidato em relação à intimação para o depoimento.”Esses fatos só revelam a situação de absoluta ausência de democracia no país”, disse Erundina. “Os movimentos sociais são autônomos, independentes, têm sua estratégia de luta e vontade coletiva. Boulos é uma liderança ligada a esse movimento que decide o que vai fazer”, completou a parlamentar.

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Valente analisou a intimação como “uma intimidação de pré-candidato presidencial e criminalização dos movimentos sociais”. “É inaceitável que se tenha a teoria de que o pré-candidato tem domínio dos fatos. Isso não é papel da PF, e sim, uma medida restringir a democracia e o direito de opinar e de ter presença política nos movimentos sociais”, criticou.

Fonte: Extra
Créditos: Extra