Filha de estudiosa do Bolsa Família sofre ataque de vizinho antipetista

Um engenheiro agrônomo de cerca de 70 anos tentou atropelar a pesquisadora Daniela Domingues Leão Rêgo, na última sexta-feira (11), em Perdizes, zona oeste de São Paulo, supostamente por causa de uma rixa política com os pais da vítima.

EF2 SÃO PAULO / SP  22/03/2013 NACIONAL WALQUIRIA DOMINGUES LEÃO. Antropologa Walquiria Domingues Leao. Unesp. Praca da Sé, Centro. FOTO EVELSON/ESTADÃO
EF2 SÃO PAULO / SP 22/03/2013 NACIONAL WALQUIRIA DOMINGUES LEÃO. Antropologa Walquiria Domingues Leao. Unesp. Praca da Sé, Centro. FOTO EVELSON/ESTADÃO

Um engenheiro agrônomo de cerca de 70 anos tentou atropelar a pesquisadora Daniela Domingues Leão Rêgo, na última sexta-feira (11), em Perdizes, zona oeste de São Paulo, supostamente por causa de uma rixa política com os pais da vítima. Daniela é filha dos sociólogos Rubem Leão Rêgo e Walquiria Leão Rêgo (foto), uma das historiadoras responsáveis pelo livro Vozes do Bolsa Família – Autonomia, dinheiro e cidadania.

Daniela conta que estava na garagem do prédio de seus pais quando encontrou com o vizinho. A pesquisadora teria encarado o homem, que começou a agredi-la verbalmente.

— Tentei evitar o encontro, porque já sabia dos problemas que ele estava causando, mas ele demorou para sair com o carro e decidi ir até o elevador. Quando eu o olhei, ele perguntou: “o que está olhando, filha da p….”. Então ele me mostrou o dedo do meio. Quando ameacei tirar uma foto com o meu celular, ele deu ré e acelerou com o carro para cima de mim. Eu desviei, mas ele saiu da garagem em alta velocidade e poderia ter atropelado alguém que estava na calçada.

As imagens da tentativa de atropelamento foram registradas pelas câmeras de segurança do edifício.

O caso foi parar na delegacia, onde a família registrou boletim de ocorrência contra o autor da tentativa de atropelamento. Além do registro, os pais de Daniela decidiram processar o vizinho, tanto cível como criminalmente, por causa da sucessão de ataques que vêm sofrendo desde a campanha presidencial de 2014.
O casal relatou que encontrou suas bandeiras partidárias que estavam no carro dentro da lixeira e que, em dias de “panelaço”, o vizinho passou a bater no teto com o cabo da vassoura. Além disso, são comuns xingamentos públicos, como “ladrões”, por causa de sua escolha política. Daniela afirma que a família não tem nenhuma ligação com partidos políticos.

— É a intolerância pela intolerância. Ele tentou me agredir só porque repudia minha família por causa de seu pensamento político.

A reportagem não conseguiu localizar o agressor.

 

R7