‘Estamos amparadas pelas leis, mas é preciso mudar a cultura enraizada nas mentes das pessoas’, diz magistrada

“Estamos amparadas pelas leis, mas culturalmente ainda bastante estacionados. É preciso mudar a cultura enraizada nas mentes das pessoas”, esse foi o discurso que norteou a entrevista à Rádio Arapuan nesta sexta-feira (8), da juíza Rita de Cássia e da gerente executiva de equidade de gênero da Secretaria da Mulher e Diversidade Humana, Elinaide Carvalho.

Segundo a magistrada Rita de Cássia, apesar das leis em favor das mulheres e das campanhas, ainda é comum a violência doméstica. “Isso ainda é cultural. A violência doméstica é abordada sob vários aspectos como se fosse natural assediar, dizer palavras injuriosas e na verdade você está manchando a imagem da mulher. Temos o lado do patriarcado, da própria educação do homem, e isso não mudou, infelizmente. A Lei Maria da Penha é de 2006, mas como é um processo de cultura é difícil combater em 12 anos. É preciso consciência por parte dos homens, bem como trabalhar no aspecto da prevenção também”.

Em relação à ‘Patrulha Maria da Penha’ criada pelo governo da Paraíba, a juíza afirmou que será eficaz uma vez que a Patrulha fiscalizará e monitorará as medidas protetivas. “O homem dentro do seu machismo não quer ser preso por uma ronda Maria da Penha. A Patrulha vem também para inibir os possíveis casos de violência”.

A juíza ressaltou também os avanços em termos de legislação. “Temos avançado muito, e com a ajuda das próprias mulheres violentadas que após representação na delegacia, a certeza de que o homem será punido. A providência para ajudar as mulheres em caso de violência em casa é chamar a polícia. Os vizinhos, a pessoas que vão passando na rua, essas pessoas têm que fazer alguma coisa, não pode se omitir, tem que agir. Se não quiser aparecer faça a denúncia em sigilo. As mulheres procurem denunciar os casos de violência, ter a consciência e não aceitar abusos”.

Para a gerente executiva de equidade de gênero da Secretaria da Mulher e Diversidade Humana, Elinaide Carvalho, o conjunto de ações do Governo do Estado é eficaz e traz várias ações educativas.

“Há parcerias trabalhando em vários setores de atuação. É um conjunto de ações dentro de um processo de encorajamento das mulheres, no sentido de ajudar a identificar em que áreas estão sendo vítimas de assédio e abusos. Mas são mudanças longas e difíceis que a gente tem que enfrentar, porque é uma pauta cultural e que está enraizada no nosso dia a dia. Não é fácil mudar de mentalidade para ter a igualdade dos direitos das mulheres estabelecidos na nossa sociedade”.

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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba