Depoimento

'Desconheço e não acredito muito', diz Dilma sobre suposta propina a Lula

Político com fortes laços com os evangélicos, o presidente Jair Bolsonaro deve incluir um roteiro religioso durante a viagem que fará a Israel no final de março. 

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Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho e mais cinco pessoas respondem a ação penal por, supostamente, vender a MP 471 a lobistas que defendiam os interesses da Caoa, que fabricava automóveis da Hyundai, e da MMC Automotores (Mitsubishi).

Os procuradores da República responsáveis pela Operação Zelotes sustentam que a Marcondes e Mautoni Empreendimentos –empresa do lobista Mauro Marcondes Machado, que representava as duas empresas– ofereceu R$ 6 milhões a Lula e Carvalho. O destino do dinheiro, segundo a Procuradoria, seria o financiamento de campanhas eleitorais do PT.

Lula, Carvalho e Machado negam as ilicitudes.

Dilma falou nesta quinta por videoconferência, de Porto Alegre, cidade em que vive.

Ela fez longas explanações sobre as razões de o governo conceder, desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso, incentivos regionais para as montadoras e sobre a tramitação de MPs na Casa Civil.

Na época da edição da 471, ela era ministra-chefe da pasta. Em 2010, já eleita presidente, foi a responsável por promulgar a medida assim que ela foi convertida em lei pelo Congresso.

“Acho até estranho [alegar ilicitude no caso]. Teríamos de fazer essa MP de qualquer forma. Não era uma questão de escolha do governante daquele momento”, argumentou, acrescentando que havia uma crise internacional naquele ano e que a indústria automobilística estrangeira, em países como o Brasil, exerce forte pressão sobre o governo, já que não há tecnologia nacional.

Dilma depôs como testemunha de defesa de Lula. Além dela, o senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-governador da Bahia, afirmou desconhecer eventual pagamento ou oferta de propinas relativas à MP.

Fonte: FOLHA
Créditos: FOLHA